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Negócios de Família

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Mensagem por The Oracle Ter maio 09, 2017 8:26 pm

Logo que ele abriu os olhos naquela manhã, seu telefone tocou. Não foi o toque do telefone que o acordou. Ele já estava desperto, acabara de acordar, apenas não havia ainda saído ainda da cama.

O identificador de chamadas indicava "Boris". Era seu "supervisor" entre os Eutanathos. A Tradição tinha um nome esquisito, hindu, para essa função, mas Ezio não o decorara, e Boris parecia também não gostar da designação. Aliás, Boris parecia cagar e andar praquela coisa de nomeclatura, mas se importava com as regras. Boris respeitava as regras, como um católico respeita a cruz. Ou, ao menos, passava essa impressão.

Era um homem grande, branco, de olhos azuis claros e cabelos ficando precocemente brancos. Parecia ter algo como 40 anos, mas em se tratando de magos, nunca se sabe. Seus braços eram massivos, e suas mãos enormes e calosas, com aqueles nós de dedos enormes de um boxeador, mas sua voz era sempre calma, e o sotaque deixava bem óbvio que tinha ascendência russa. Ezio sabia bem pouco sobre o sujeito, e provavelmente não saberia muito mais, dado que ele morava em Boston.

Ao bem da verdade, o pouco que tentou descobrir a respeito dele deu em becos sem saída. Bem, ele não precisava realmente conhecer Boris a fundo. Não era como se o russo fosse um mestre e ele um padawan. Ok, Boris havia participado de sua instrução nos Eutanathos, mas nunca de uma forma muito próxima. Ele estivera presente em sua agama, havia lhe instruído em um pouco de história das Tradições em geral, mas nunca se preocupou em desenvolver uma relação mais forte com o novato. E agora, ele basicamente era duas coisas para Ezio: o sujeito a quem ele deveria procurar (ou que o procuraria), sobre assuntos relativos à sua Tradição; e o sujeito a quem ele deveria se reportar, antes de aplicar a Boa Morte a um alvo que tivesse selecionado. Apenas após um certo "estágio", que Ezio não sabia exatamente quanto duraria, ele poderia, conforme as regras da Tradição, fazer isso por conta própria.

Ah, e uma terceira coisa também, essa implícita, mas não por isso menos verdadeira. Boris era o sujeito que ficaria de olho nele, em busca de sinais do Jhor.

A voz de Boris soou calma como sempre ao telefone:

- "Bom dia. E então, já decidiu largar Portland?"

Ele perguntava isso, religiosamente, uma vez por semana, desde que sua família havia se mudado para a cidade, há dois meses. Sem nunca explicar o porquê.
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Mensagem por Ezio Stracci Ter maio 09, 2017 8:56 pm

Se preparando para mais um dia de trabalho. Fazendo a barba, preparando suas roupas. Bem trajado como sempre, costume de família.
As pessoas não precisam saber o que você é, elas se contentam com o como você se parece.
No meio desse processo, ainda em seu simples apartamento ouve seu telefone tocar, reconhece a chamada.
-Ah! Aquele negócio de magia. É o que ele diz para aí mesmo. Atende o telefone pelo viva voz para que continue se arrumando, ouve Bóris e diz.
-Bom dia! Eu dormi bem. Obrigado por perguntar. E quanto a você? É um prazer ouvir sua doce voz.
-Meu caro, suponho que saiba que estou a trabalho aqui em Portland. Eu fui transferido há pouco e não é tão simples pedir para a polícia me mudar. Além de que minha família tem planos nessa cidade.
Me perdoe a inconveniência, mas por que esse desejo de que eu deixe a cidade?
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Mensagem por The Oracle Qua maio 10, 2017 3:04 pm

- "Desejo?" - Boris soltou algo que, provavelmente, era uma risada, mas mais parecia um latido - "O que eu desejo, no momento, é um café daqueles imensos do Starbucks a uma quadra daqui, bem como desejo o corpo daquele atendente hispânica que me serve este mesmo café. Aqui, na nossa conversa, há apenas uma vontade de que você não tivesse que se envolver com riscos, ou assumir responsabilidades. para as quais não está ainda preparado. Mas, nessa questão, o que eu desejo não é relevante. Apenas o que você deseja é, e pelo jeito, sua cabeça está feita. Nesse caso, preciso te falar algumas coisas, e esse meio de comunicação não é adequado. Aguarde alguns segundos."

A ligação se silenciou, embora o número ainda estivesse aparecendo na tela do celular. Dapois de alguns segundos olhando praquela coisa, esperando alguma resposta, Ezio olhou novamente para o espelho. E viu Boris. Era como se o espelho fosse uma tela de TV, e o sujeito estivesse aparecendo nela. Os mesmos olhos cansados e cabelos esbranquiçados, mas os olhos tinham alguma outra coisa, uma expressão distante, como se estivesse em algum transe leve. Parecia ele prórpio estar num banheiro, mas com uma espécie de braseiro queimando alguma coisa próximo dele. A fumaça meio azulada era bastante visível. Trajava apenas uma camisa de alças branca, das que se usa por debaixo da roupa. As cavas da roupa develavam ombros tão massivos quanto os braços, e algumas cicatrizes bem feias. Tinha certa vez ouvido um outro Eutanathoi comentar, baixo, que Boris havia sido parte da Máfia russa. Só que Ezio sabia que ninguém sai da Máfia russa, exceto num caixão.

- "Ouça com atenção, e apenas depois fale. Você deve ter lido sobre a Noite do Desespero" - disse a voz grave do homem no espelho, agora num tom um pouco pastoso - "Hoje são seis meses dela. A imprensa fala que foi uma série de atentados terroristas, mas na verdade, foi um extermínio generalizado de magos e capelas na cidade, levado a cabo por nossos colegas Tecnocratas. Uma operação grande e espalhafatosa, muito incomum. A última coisa tão grande que se tem notícia foi a Bloody Friday, e mesmo assim, naquela ocasião, os Verbena e Cultistas forçaram a mão da Tecnocracia. Nesse nosso caso particular, até onde sabemos, foi uma ação sem provocação. E esse é todo o problema: até onde sabemos. Nossa Tradição nunca se preocupou muito com essa cidade onde você está agora. Afinal, Portland não tem nada de maior interesse. Mas as demais Tradições pensavam diferente, pois todas tinham gente e capelas por aí. Atenção demais para um local tão pequeno. Justamente por isso, apesar de não termos uma capela nessa cidade, havia uma cabala. A questão é, e o que vou falar agora é um segredo que lhe estarei confiando, que essa cabala era do Cálice Dourado. Suspeitávamos que pudesse haver corrupção entre os magos das Tradições, ou, pelo menos, alguma coisa sedutora, para atrair tanta atenção, e esta cabala investigava isso. Todavia, não puderam reportar nada, dado que morreram na Noite do Desespero. Só que sabemos que eles tinham algo a reportar, a viagem deles para fora da cidade estava marcada."


- "Isso foi há seis meses, mas é tolice pensar que essa história, fosse qual fosse, morreu. Sendo o único Eutanathos na cidade, recai sobre você manter olhos abertos a essa questão. E ao que possa estar acontecendo nessa cidade. Algo fez com que todas as Tradições investissem na cidade, algo fez com que a União executasse um extermínio generalizado e espalhafatoso, e algo está fazendo as Tradições começarem a voltar praí, mesmo que isso pareça uma ideia absolutamente estúpida, pelo senso comum. Talvez não seja nada, talvez seja tudo. O Destino tem se mostrado inescrutável nessa questão. Mas pode se revelar a você, desde que esteja preparado para ver e ouvir."

Boris parou para respirar. Parecia uma chance de falar algo. Ou então, apenas continuar a escutar.
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Mensagem por Ezio Stracci Qua maio 10, 2017 3:49 pm

Ezio já estava quase pronto, uma calça preta do conjunto do terno, camisa social branca, um colete. Estava fazendo o nó de gravata em frente ao espelho enquanto conversava com Boris até que a ligação ficou muda e a figura de Boris apareceu no espelho diante de Ezio que por um momento pensou:
-"Nossa! Como estou russo, talvez seja melhor usar um creme." Então começou a ouvir Boris e refutou a própria ideia do creme ao notar do que se tratava. Aí seu pensamento foi novamente:
-"Aquele lance de magia."
Essa conversa tinha para Ezio um peso maior do que as anteriores pelo visto. Ezio ouvia atentamente as palavras do que poderia ser considerado um tutor até então e notar que aquele ser tinha ao menos um pingo de consideração pelo jovem Stracci o alegrou ao menos um pouco, visto que é um homem que preza muito pelos laços interpessoais. Enquanto o discurso era feito terminava de ajeitar sua gravata vermelha e ao perceber a pausa deu um leve sorriso um tanto confiante, olhou nos olhos de Boris e disse:
-"Interessante. primeiramente obrigado pela preocupação. Inicialmente eu havia vindo para cá apenas por negócios de família, sabe como é né? 
Ezio dá uma piscadela máscula para Boris na esperança de que este "entendesse" a referência, e continua:
-"Mas me parece que o destino tem algo ainda mais interessante para nós. Como sempre, eu apenas fui guiado por esse e que bom que sou eu. 
Ezio estava feliz  pois sentia-se enviado para algo maior do que esperado e sentia que sua família estava no caminho certo. E continua: 
-"Tudo está conectado meu caro, são digamos que os fios do destino, não podemos resistir a esse. E como você sabe, minha cabeça já está formada e eu tenho um convite a você. O que acha de começar a tomar café em uma starbucks de seu país original e eu já não seria o único Eutanato por aqui, já que acha que é muito para um só." E com todo seu carisma natural, mais as habilidades adquiridas em todo o tempo que passou ao lado de Rafael, seu irmão morto em combate, solta a boa e velha piscadinha com um sorriso encantador. Veste o paletó e pega sobretudo, seus equipamentos de trabalho. Está pronto para mais um dia, resolver algum caso pra polícia, ou cumprir mais uma missão pela família? Em breve ele saberá, seja o que for, espera que a sorte esteja com ele.
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Mensagem por Ezio Stracci Qua maio 10, 2017 4:00 pm

Ezio rola: Carisma + Lábia. 
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Mensagem por The Oracle Qua maio 10, 2017 4:00 pm

O membro 'Ezio Stracci' realizou a seguinte ação: Rolar Dados


'D10' : 2, 7, 2, 6, 7, 1, 8, 6
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Mensagem por The Oracle Qui maio 11, 2017 11:27 pm

- "Ir pra Portland?" - disse Boris, com uma cara incrédula, apesar de seus olhos meio pasmados do transe - "Porque caralhos eu faria isso? Ir pra uma cidade onde houve um extermínio de magos há seis meses, e cujos exterminadores ainda podem estar aí num galpão, jogando dominó e esperando as próximas vítimas? Não obrigado. Mas já que você insiste em ficar por aí, mantenha os olhos abertos. E deixe-me continuar com o briefing da missão."

- "Algumas Tradições estão colocando os pezinhos na cidade novamente. Sei que abriram uma capela hermética por aí, e vou lhe passar o endereço. É um loja de quiquilharias qualquer, então, eles tem um código pra falar desse tipo de assunto: você chega dizendo que quer um anel de formatura de prata. Um código bem idiota, mas enfim, é o que eles inventaram. Herméticos são uns porcos chatos com o ego do tamanho da Sibéria, mas tem recursos, e livros. É melhor estar com eles do que contra eles. É um hábito antigo entre as Tradições se apresentar aos magos de um "protetorado", quando você chega nele. Tecnicamente, eles deveriam ter se apresentado a você, já que está aí a mais tempo, mas, ora, pra que ofender os eguinhos dos herméticos? É uma boa ideia ir lá e falar com o líder dessa capela, dizer que está por aí, e dizer que não é um Nephandi ou um Tecnocrata. Reduz as chances de eles quererem te fulminar a uma primeira vista. E, agora falando muito sério, é bom ter aliados nessa cidade, alguém para vigiar suas costas. Os soldados da sua família não seriam adequados para isso. Os caras de outras Tradições podem ser odiosos, esquisitos e insuportáveis, mas melhor estar com eles do que sozinho e nas mãos da Tecnocracia ou de qualquer outro caralho desses que queira te estuprar, matar e devorar sua alma, não necessariamente nessa ordem. Procure uma cabala. Esse é um conselho gratuito que estou te dando."


- "Só três magos sobreviveram à Noite do Desespero: um casal de um Cultista e uma Verbena, e uma Oradora dos Sonhos. Se quiser maiores informações sobre o que ocorreu, são esses os caras que você deve procurar. Sabemos também que um maldito Akasha chegou recentemente à cidade. Porque esses sujeitos saem lá do cú-do-judas pra nos encher o saco aqui na América é um mistério pra mim, mas enfim, um deles veio. Akashas não são de confiança, cuidado com ele."


- "De resto, é como eu disse, fizeram uma limpa na cidade. Os Coristas tinham uma representação forte na cidade, mas foram todos encontrar o Uno, e não parecem dispostos a voltar. Os Adeptos que tinham por aí sumiram, explodiram um laboratório de biologia marinha que era uma capela Eterita, e mataram nossa cabala, entre outras coisas. Cara, o que eu quero dizer é o seguinte: o que os Techies fizeram foi caro, espalhafatoso, e vulgar como a buceta da minha mãe. Não quero nem imaginar o tanto que gastaram pra encobrir isso na mídia e fazer passar por um ataque terrorista. Eles tinham alguma razão muuuuuito forte pra fazerem isso tudo. Tem coelho nesse mato, e o Destino pode acabar te fazendo esbarrar nesse coelho. Esteja pronto."


- "Dúvidas?"
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Mensagem por Ezio Stracci Sex maio 12, 2017 12:12 am

Esperando para sair Ezio ouve tudo o que o russo tem a dizer. Desta vez pareceu ter sido muito mais coisas para digerir, mesmo um homem cofiante como ele podia começar a duvidar de certas coisas. Mas, já que estava nessa era só continuar. Após ouvir tudo, olhando nos olhos do espelho que não mostrava seu reflexo começou a dizer com suavidade e polidez, apesar de achar que seu carisma irresistível realmente convenceria Boris a vir para Portland, mas convenhamos que ele tinha um ótimo argumento para não vir:

-"Bem, um convite é um convite e você pode aceitá-lo quando quiser." 

E agora começou a pensar e todas as coisas sobre esses lances mágicos que acabara de ouvir. Estava acostumado com diferentes formas de comunidade e organizações, mas isso ainda era diferente de tudo. Formulando os pensamentos em ordem ele diz:

-"Vamos lá, me apresentar a capela hermética. Perfeito, não se preocupe, eu sei lidar com as pessoas e é sempre bom fazer aliados." 

Com um sorriso singelo ele lança sua clássica piscadinha. Após isso seu semblante fica um pouco mais sério demonstrando que por mais que concorde que sua família está limitada no quesito magia ainda provoca certo incômodo não estar com ela e continua. 

-"Sei que infelizmente minha família não seria muito útil nesses negócios, mas não nos subestime." 

Sua face muda agora demonstrando um tanto de empolgação e confiança pela ideia de uma cabala, trabalhar com pessoas é algo que o atrai bastante. Então sua fala é: 

-"Procurar uma cabala é um conselho que terei prazer em seguir. A família deve expandir e expandir com magia, seria algo nem meus antepassados poderiam imaginar." 

Seus olhos brilham com esse pensamento, sua sensação de estar buscando por algo que ainda não se sabe pode começar a fazer algum sentido. A sua sombra sempre o incentiva a coisas desse tipo. 

Contudo, logo após há um quê de tensão no ar. E Ezio continua:

-"Huum. Um cultista, uma Verbena e uma Oradora. Por que será que essa não me parece uma combinação tão interessante?." 

Uma pergunta retórica. Continua:

"Vou procurá-los. Vamos mantê-los por perto. 

Um tanto mais esclarecido ele continua o discurso:

-"Parece que muita gente por aqui está envolvida em negócios interessantes. Quando eu esbarrar nesse coelho, estarei com um cajado. Sem mais dúvidas meu caro. Mande lembranças a sua mãe."

Ezio acreditava já estar próximo ao fim daquele diálogo e estava planejando usar a liberdade de sua posição como detetive para visitar a tal capela antes de passar a delegacia. Caso seu irmão precise dele basta ligar. Para o Stracci a família é sempre prioridade. 

Sim, está decidido, após se despedirem seu destino será a capela e que a sorte o guie.
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Mensagem por The Oracle Sex maio 12, 2017 6:51 pm

Ao final do diálogo, Boris apenas sorriu, e sua imagem lentamente se desvanesceu do espelho, dando lugar a do próprio Ezio. Alguns segundos depois, chegou em seu celular uma mensagem enviada por Boris, contendo um endereço. Presumivelmente, o endereço da capela.

De fato, o local não foi difícil de achar. Parecia um prédio largo, de 5 andares, relativamente grande. Havia alguns seguranças particulares ali, com seus inconfundíveis coletes e óculos escuros. Parte da fachada do prédio era tomada por algumas vitrines, e uma grande placa com os dizeres: "Anima Gemma - Jóias, Pedras Preciosas, Lapidação e Penhores".

A loja em si não era glamourosa como uma Tifanny ou Cartier. Ao bem da verdade, as jóias expostas eram bastante básicas. Eles vendiam também cristais, pedras brutas, relógios, relicários, e outras bugigangas. Ao entrar na loja, depois de passar por dois seguranças armados na porta, Ezio se deparou com duas atendentes. Belas ruivas de olhos verdes. Duas ruivas iguais, ou quase, e vestidas da mesma forma, com vestidos negros simples. Uma delas o recebeu com um amplo sorriso, e disse, com voz cristalina:

- "Bem vindo à Anima Gemma. No que podemos ajudá-lo?"


As atendentes:
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Mensagem por Ezio Stracci Sex maio 12, 2017 7:40 pm

Sem muitas dificuldades Ezio chega ao endereço indicado. Contempla brevemente a construção. Com um gesto simples e cordeal retira o chapéu e cumprimenta os seguranças vestindo seu chapéu novamente logo após.

Entra a capela, nota algumas jóias símples mas sua atenção é totalmente roubada por duas belas atendentes ruivas que educamente foram atendê-lo. Ezio tinha uma missão mas pensou que por alguns momentos poderia atrasá-la um pouco ante as belas ruivas. Ele tinha que ao menos conseguir o telefone de uma delas.
Cumprimenta a que veio a ele com um beijo na mão e diz:

-"Prazer, eu sou Ezio Stracci."

Na verdade Ezio pensou melhor e se garantiu que tentaria algo a mais em breve, no momento seguiria a missão, e diz:

"Na verdade espero que sim. Inclusive espero que nos esbarremos um tanto."

Não podia deixar de lançar sua clássica piscadinha. Muda seu semblante para algo um pouco mais sério e continua, olhando em seus olhos:

"Na verdade um amigo meu de longas tradições me recomendou esse lugar. Eu estou procurando por um anel de formatura de prata."

Agora Ezio esperava por algo interessante que pudesse suceder disso.
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Mensagem por The Oracle Sex maio 12, 2017 7:57 pm

As gêmeas se entreolharam, com os cenhos muito ligeiramente franzidos. Suas expressões eram curiosamente idênticas. Pareciam ligeiramente surpresas. Mas isso durou pouco. Rapidamente, uma delas pegou um telefone, teclou um número, e depois de alguns segundos, falou:

- "Pa... Sr. Von Heinekein, está na loja o Sr. Ezio Stracci. Ele veio buscar um anel de formatura de prata... Não, apenas ele... Não! Certo, certo... ok" - colocou o telefone no gancho, e disse, agora voltada para Ezio - "Hã... o Sr. gostaria de falar com o nosso... gerente, certo?"

- "Quer dizer, é pra isso que o Sr. veio, não foi?" - completou a outra ruiva - "Sendo isso, o Sr. Von Heinekein está pronto para recebê-lo. Aguarde apenas alguns momentos, por favor, e um de nossos associados irá acompanhá-lo."

Com efeito, 10 segundos depois, um homem surgiu por uma porta de aço que ficava nos fundos da loja. Devia ter algo como 26 anos, tinha traços hispânicos, olhos negros, e usava cavanhaque. Estava trajado com calça social e um paletó esportivo. Todavia, os olhos de Ezio eram suficientemente treinados para identificar que aquele volume debaixo no paletó era alguma arma num coldre de axila. O homem tinha um sorriso amplo, e uma voz firme quando extendeu sua mão para Ezio.

- "Olá, muchacho. Hernán Cortéz. Veio ver o gerente, não é? Poderia me acompanhar, por favor?"
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Mensagem por Ezio Stracci Sex maio 12, 2017 8:19 pm

Ezio observa e aguarda pacientemente os procedimentos a partir dali. Não pode deixar de notar um certo vacilo da ruiva ao falar com o gerente, ele não se incomodaria com um negócio de família, mas se não querem que saibam, que assim seja.

Após o telefonema Ezio recebe as instruções mas antes que qualquer pessoa apareça ele responde a irmã. Com um olhar atraente em seus olhos é um sorriso disfarçado lançando seu charme:

-" Inicialmente vim para isso mesmo. Mas não posso negar que despertei outros interesses​."

Ezio percebe a porta se abrir e vê o Jovem de traços hispânicos. Com sua experiência não deixa de notar que o jovem está armado. Contudo não está surpreso por isso, visto o que Boris falou, estranho seria se não estivesse.

Com um caloroso cumprimento italiano Ezio o abraça e responde:

-"Prazer em conhecê-lo meu caro! Será uma honra acompá-lo"

Ao seguí-lo, Ezio olha para trás e sob o chapéu, com seu olhar 43 olha para as garotas e lança uma piscada agradecendo em italiano:

-"Grazzie!"

Então continua o caminho atrás do rapaz.
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Mensagem por The Oracle Ter maio 16, 2017 8:28 pm

Embora Ezio não tenha podido notar, Cortéz fez uma cara meio estranha quando foi abraçado, seguido por uma expressão semelhante das moças. Aquilo não era um comportamento muito a ser esperado na América. Mas quando o abraço terminou, sua face ostentava novamente o sorriso de antes.


O jovem lhe indicou a porta por onde havia entrado, momentos antes. Uma porta de metal, que parecia pesada e blindada. Por trás dessa porta, havia um corredor que logo dobrava à direita. Nele, algumas portas fechadas. Pintura branca, portas de madeira, piso de linóleo, nada demais. E uma escadaria, pela qual Cortéz lhe indicou a subir. Já depois do primeiro lance de escadas, a coisa ficava mais refinada: piso de madeira, uma pintura creme nas paredes, lustres, e alguns quadros. Uma música clássica, algo de Wagner, tocava baixinho em alto falantes ocultos. A decoração do lugar lembrava vagamente a mansão tradicional de sua família.


A primeira porta à direita era de madeira, e dupla, e foi essa que Cortéz abriu, e sinalizou para que ele entrasse. O sujeito estivera calado durante o curto trajeto. Havia uma pequena plaqueta dourada ao lado dessa porta, dizendo Menager. Após a porta, havia uma sala tão suntuosa quando se poderia esperar de um escritório. Um grande lustre de vidro pendia do teto, pesadas cortinas vermelhas ocultavam as janelas, e algumas estantes de livros dividiam as paredes forradas em madeira, que ostentavam algumas pinturas de figuras que se tentaram retratar de forma imponente, bem como alguns brasões de armas. Havia também alguns sofás estofados, e o um tapete, aparentemente persa, cobria o piso.

No lado oposto à porta, havia uma mesa grande de madeira, do tipo de escritório. Sobre ela, uma luz de leitura, um telefone. alguns papéis e utensílios de papelaria, bem como duas cadeiras para visitantes. Em pé, próximo a ela, estava um homem branco e baixo, talvez com 1.60m, que aparentava algo entre 30 e 40 anos. O cabelo castanho em cuia já tinha saído de moda, mas parece que ninguém o havia avisado. Usava um óculos redondo pequeno, terno cinza com uma gravata negra, e um anel grande no anelar esquerdo. Quando Ezio entrou, seguido por Cortéz, ele ajeitou os óculos sobre o nariz, olhou para uma decoração que estava sobre a mesa (parecia um globo de cristal), e apenas depois disso, se aproximou com a mão estendida. Tinha uma expressão levemente cansada, entediada, talvez. Mas sua voz era calma, e seu tom monocórdio, quando disse.



- "Seja bem vindo a Portland. Sou Willian Clarke Von Heinekein, bani Ordem de Hermes. É sempre bom ter entre nós, nesta cidade, mais um companheiro das Nove Tradições Místicas, embora tenha que admitir que não esperava a chegada de mais ninguém por enquanto. Considero, então, sua chegada uma supresa de Boa Fortuna, Sr...?"


Cortéz havia ido para um canto, onde permanecia, de pé.


Willian Clarke Von Heinekein:
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Mensagem por Ezio Stracci Ter maio 16, 2017 8:45 pm

Para Ezio um abraço era uma forma calorosa de cumprimento então ele nunca notaria pensaria que alguém poderia se incomodar com isso, sendo assim apenas seguiu o jovem Cortéz.

Durante o silencioso caminho Ezio contemplava a bela decoração e pensava ironicamente:

-"Um silêncio constrangedor em um cenário como esse é uma ótima forma de começar o dia."

Enfim ao chegar à Sala de Heineken estendeu a mão em sua direção e olhando em seus olhos disse:

-"Ezio Stracci, Bani Eutanathos. Com certeza minha visita será fonte muitas alegrias."
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Mensagem por The Oracle Ter maio 16, 2017 8:54 pm

- "Hummm, Eutanathoi?" - disse Willian, parecendo um pouco supreso, enquanto indicava uma das cadeiras à mesa para Ezio, e se sentava na sua - "Posso lhe oferecer um café ou um chá? Isso sem dúvida é uma mudança. Não estou ciente de presença de sua Tradição aqui, antes dos infelizes eventos de seis meses atrás. Se me permite a indiscrição, Sr. Stracci, me sinto forçado a perguntar: está aqui em alguma... missão, específica?" - balançou a cabeça, e prosseguiu - "ora, falando sem rodeios, tem algum alvo específico? Ou é alguma outra coisa que o trás a Portland? Não gostaria de ter algum dos membros de minha capela esbarrando com o Sr. por aí, caso esteja aqui para levar a Boa Morte a alguém, mas confesso que também gostaria de estar preparado para tal evento e suas consequencias, se for o caso."
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Mensagem por Ezio Stracci Ter maio 16, 2017 9:09 pm

Ezio se assentou a cadeira indicada desabotoando o terno e dizendo:

-"Café por favor, mas não se incomode."

Ezio já sentando continua:

-"Entendo que minha visita seja algo inesperado, mas gostaria de deixá-lo aliviado. Eu tenho uma espécie de guia que me indicou a vir aqui. Quanto Portland..."

Retirou do bolso interno seu distintivo e mostrando ao Sr Heineken com um leve sorriso e expressão de tranquilidade para deixar o homem bem a vontade com sua presença diz:

-"Sou detetive da polícia, fui transferido para Portland há pouco. Mas sabemos que nossas vidas não são como as demais. O meu..."

Faz um sinal de aspas com as mãos por não saber como se referir a Boris e continua:

-"Guia me recomendou não estar sozinho por aqui sendo o que sou, principalmente visto os tristes acontecimentos."

Olhando para o homem cordialmente ele diz:
-"Então meu caro Sr Heineken. Seria uma honra serví-los. Apenas me diga, como posso ser útil?"
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Mensagem por The Oracle Qua maio 17, 2017 7:16 pm

Willian, de forma rápida, pegou o telefone e pediu café com algumas palavras. Depois disso, ouviu o jovem policial com atenção, sentado, mantendo as mãos unidas pelas pontas dos dedos. Quando viu o distintivo, sua expressão mudou para algo assim:

Cara de Willian:

Ao final, ante a frase "Seria uma honra serví-los. Apenas me diga, como posso ser útil?", demonstrou uma certa surpresa. Na verdade, o Hermético pareceu sem saber o que falar, por alguns segundos, enquanto olhava profundamente o Eutanatho. Mas isso durou pouco. Ele logo disse:


- "Compreendo... o Sr. teria de estar na cidade de qualquer forma, dadas suas obrigações com a força policial. E, estando aqui, seu Acarya sugeriu que procurasse se fazer conhecido dos outros magos das Tradições no local. Sábio conselho da parte dele. Qual seria o nome de seu mentor? Ele está aqui também?" - reclinou-se na cadeira, respirou fundo, e prosseguiu - "De toda forma, é uma surpresa muito boa ver sangue novo das Tradições sendo bombeado para este local. Somos poucos, e estamos, por assim dizer, recolhendo os cacos, depois da tragédia de 6 meses atrás. Parabenizo seu entusiasmo, Sr. Stracci, mas não posso dizer que tenhamos uma agenda específica de tarefas a fazer, enquanto Despertos, além do que seria esperado de nós em condições normais. Mas... creio que minto, ao dizer isso. Imagino que sua posição, pode, sim, ser de grande valia. Veja, no fim das contas, não sabemos ao certo o que aconteceu há 6 meses atrás. Sabemos que uma grande quantidade de Despertos, acólitos, e Adormecidos morreu naquela noite. Mas por quê? Por quê dessa forma tão vulgar e espalhafatosa? Porque naquele momento? E quem? Tudo leva a crer que foi trabalho da União Tecnocrática, mas essa aproximação tão direta e drástica de um assunto não reflete muito o estilo deles. O fato é: estamos ainda no escuro. Temos algumas pistas, mas não mais do que isso. E sua posição como policial pode lhe permitir ter acesso a algumas coisas. Tem sido um pouco difícil ter alguma inserção no departamento de polícia da cidade, mas é bem provável que, na época, investigações tenham sido feitas. Qualquer pista é bem vinda."


Suspirou, e prosseguiu.


- "Na verdade, a única pista que temos de fato é sobre um dos antigos magos da cidade, um Mestre do Coro Celestial, que foi visto aparecendo em alguns pontos da cidade. Todavia, esse Mestre foi morto no dia da Noite do Despero, e isso é bem confirmado. Essa pista está sendo pesquisada por uma cabala local. Quer dizer, talvez eles não saibam ainda que são uma cabala, rs. Se encontraram pela primeira vez ontem, mas já vi esse tipo de coisa acontecer muitas vezes. Talvez... seja do seu interesse procurá-los? Afinal, estão em um trabalho de investigação, mas não sei, realmente, se as habilidades deles são as mais adequadas para esse tipo de tarefa. Já as do Sr., bem, é sua profissão! Por sinal, em qual departamento desempenha suas funções?"


Nesse momento, entrou na sala uma senhora de cabelos brancos, usando um uniforme de copeira e um avental. Trazia uma bandeja com café e alguns biscoitinhos.


O latino continuava lá, onde havia parado, num canto da sala. Ezio sabia que ele estava de tocaia. E o cara não era ruim: estava num bom ângulo para observar Ezio, e provavelmente conseguiria atirar primeiro, se ele tentasse algo. Ele mesmo já estivera em posição similar, cobrindo seu pai, em negociações passadas, antes que ele mesmo pudesse tomar a frente delas. Um bom capanga, parecia ser.
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Mensagem por Ezio Stracci Qua maio 17, 2017 7:47 pm

Ezio estava feliz com a conversa até então. Parecia estar sendo proveitosa. E de fato a ideia de investigar o caso da tragédia há pouco lhe havia ocorrido a mente visto as instruções de Boris.

Certa suspeita pairava à mente de Ezio aquele hermético era no mínimo alguém entendido daqueles lances mágicos, talvez até mais do que o esperado, mas achou prudente não interrogar isso no momento. Afinal, ter um capanga armado em seu encalço não é a melhor das situações, Ezio podia ser "corajoso", mas não era burro. Como sempre aprendeu, estava lidando com às pessoas, é melhor fazer aliados a inimigos.

Ouviu atentamente as palavras do Sr Willian. É, a polícia não era o principal motivo para ele estar ali, mas digamos que se apresentar como um "criminoso" não é a decisão mais sábia.

Agora falar sobre Boris, oras se o homem o recomendou a ir lá então provavelmente não seria algo errado, Ezio com toda polidez responde:

-"Por favor meu caro, é distintivo apenas diz que eu sirvo para servir. Mas vamos lá. Meu acarya é um senhor chamado Boris, obrigado pelo elogio a ele irei reportar com prazer, talvez o senhor o conheça."

Um pouco mais pensativo ele diz:

-"Senhor Heineken, hoje mesmo levantarei os arquivos para investigação e sobre a cabala, seria muito útil ter os contatos deles para que possamos nos comunicar, inclusive o do senhor, se não for um incoveniente."

Ezio recebe o café, agradece a senhora que o trouxe, prova e faz um elogio. Então continua:

-"Talvez o senhor já possa deixar o nosso amigo, o Sr Cortéz mais tranquilo quanto a mim, contudo entendo a preocupação, é muito prudente. Inclusive, peço desculpas por qualquer coisas que seja incômoda de minha parte."

Ezio agora espera pelos contatos, prefere manter todos por perto, é o que ele aprendeu, para ele, todos naquela capela tem motivos para desconfiar uns dos outros. Mas seu dia ainda será longo, quando sair dali ainda vai ligar para seu irmão e saber como vão os trabalhos da família, isso a caminho da delegacia. Depois disso, entrará em contato com a cabala


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Mensagem por The Oracle Qui maio 18, 2017 1:12 pm

Ao ouvir o nome de Boris, a face de Willian não demonstrou qualquer sinal de reconhecimento. Ao menos, que Ezio tenha notado. Mas enquanto a senhora servia o café, ele já pegava um bloco e uma caneta Montblanc, e anotava algumas coisas. Quando Ezio recebeu o papel, havia 3 nomes e 5 telefones: "Capela" (que tinha 3 telefones), "Oliver Gray" e "Dr. Faust West". Um terceiro nome havia começado a ser escrito, mas foi rabiscado. Era algum nome começado por "E",

Quando veio o comentário sobre Cortéz, Willian sequer moveu uma sobrancelha. Nem Cortéz sequer moveu um músculo. Mas Willian falava, após entregar o papel.

- "Estes dois telefones da capela: um deles é nosso número normal, público, registrado em nome da Anima Gemma. O segundo é uma linha segura. Se tiver assuntos do meio místiko a tratar, esse número é mais indicado. O terceiro é um número de emergência. Não o use levianamente. Esta capela, embora Hermética, foi pensada como um ponto de apoio ao retorno das Tradições a esta cidade. Conseguimos estabelecer algumas facilidades úteis, como um círculo de certame, uma sala protegida para reuniões, e um sistema de trocas de Sôrvo. Não se acanhe em nos procurar, se esbarrar com dificuldades. Unidos, somos mais fortes."

- "Os outros dois são as pessoas que lhe falei. Tratam-se de um Irmão de Akasha, e um Eterita. Ambos tem suas próprias motivações na mesa, é claro, mas são magos iniciantes, e dipostos a fazer sua parte para o bem das Tradições, e dos Adomercidos desta cidade. Se o Sr. puder deixar seus contatos, também será de grande valia. Seria interessante que conhecesse os demais magos mais antigos na cidade. Temos um membro da Sociedade do Eter que chegou recentemente, uma Oradora dos Sonhos, uma Verbena, e um Cultista do Êxtase que já vivem aqui há um bom tempo. São, inclusive, sobreviventes da Noite do Desespero. Será um prazer colocá-lo em contato com eles, quando for oportuno."

E aquilo parecia ter encerrado a conversa. Willian se despediu desejando "Boa Fortuna", e Cortéz o conduziu de volta até a loja. O sujeito parecia menos tenso agora, e até disse um: "Desculpe o mau jeito, hermano. Seguro morreu de velho". As ruivas gêmeas se despediram dele, com sorrisos idênticos no rosto. Naquele momento, havia na loja também uma peituda de olhos azuis, mas esta não lhe disse nada.

Quando ligou para Otaviano, este o atendeu bastante rápido. E desligou bastante rápido também.

- "Não dá pra falar agora, mas temos que conversar de noite. Venha pro local habitual, a partir das 20 horas. Há novidades."

E desligou. Durante a ligação, havia no fundo um som abafado de gemidos. E quando pegou o telefone, havia também uma mensagem, de seu capitão: "Cadê você, porra?!"

O capitão Jackson Briggs era um sujeito durão. Bem, ele tinha que ser. O Maine ainda era um estado bem retrógrado, e ele era negro. Certamente havia engolido muito sapo e lutado muito pra chegar onde estava. E lutar com aquele homem devia ser uma tarefa ingrata. Apesar de já estar caminhando para os 50 anos, era um sujeito imenso, com músculos rígidos como ferro. Diziam, na delegacia, que em seus tempos de patrulheiro, os vagabundos saiam da sua rota, pois o chamavam de "Jax One-Punch". Isso foi antes de todo e qualquer vagabundo andar armado, e antes de qualquer arranhão dar processo por brutalidade policial.

Nos 30 dias desde que havia se apresentado na delegacia, Ezio havia feito apenas trabalho interno. O colocaram pra revisar alguns casos antigos sem solução, mas era obvio que aquela era apenas uma tarefa pra matar tempo. O fato, ele soubera pelos colegas (de quem logo ficara amigo), era que a sua trasferência fora um tanto inesperada, e simplesmente não havia um parceiro para ele. Mas o capitão Jax não ia dispensar mais um par de mãos na delegacia, é claro. Entretanto, aquela mensagem demonstrava que algo poderia estar mudando.

Quando chegou, a oficial Jenkins logo lhe disse que o capitão queria vê-lo. Quando chegou à sala do homem, havia alguém sentado às mesa dele, uma ruiva. O capitão se levantou, enérgico como sempre, tirou o charuto da boca (Jax Briggs fumava seu charuto onde quer que fosse, e fodam-se as regras) e disse, em sua voz habitualmente alta.

- "Finalmente, Stracci! Hora de tirar esse cú da cadeira! Acho que já deve conhecer a detetive O`Sullivan. O parceiro dela aposentou, e você é o novo! A moça vai te orientar em como fazemos as coisas aqui."

Nisso, a ruiva se levantou. Ezio já havia visto a mulher na delegacia, mas nunca chegara a conversar com ela. Devia ter uns 26, 27 anos, tinha coisa de 1.60, olhos verdes que pareciam bolas de gude, e cabelos longos, da cor de uma maçã madura (com unhas e batom da mesma cor). Tinha mais quadris que peitos, umas coxas um pouco grossas, mas no geral, tinha uma bela aparência. Trajava calça jeans, tênis, camisa, e uma jaqueta de couro. Lembrava que a mulher tinha uma fama estranha na delegacia, costumava esbarrar em casos estranhos mais do que a maioria.

Ela também se levantou para cumprimentar seu novo parceiro. Havia um sorriso em seu rosto, mas não era um sorriso caloroso. Ela disse: 

- "Bem vindo a bordo, Stracci. Se você não for do tipo que caga tudo, vamos nos dar muito bem."

Capitão Briggs e Detetive O`Sullivan:
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Mensagem por Ezio Stracci Qui maio 18, 2017 2:04 pm

Sabe, a maior parte de nossas vidas parece que nada vai acontecer, mas existem dias, raros dias, mas existem dias em que parece que tudo vai acontecer ao mesmo tempo, para Ezio. Esse era um desses dias.

Ezio com toda sua gratidão recebeu os contatos e ouviu falar dos sobreviventes, uma combinação que para ele poderia não ser a melhor, no mínimo suspeita, mas o que não era. De fato a visita a capela foi um tanto proveitosa, mas não se pode deixar de dizer que também um pouco desrespeitosa. Em sua mente pairava uma sensação que o dizia algo como.

-"Talvez um dia cabeça esteja na mira do meu rifle. Sei lá, o seguro morreu de velho."

Durante um caminho havia um diálogo interno. Após receber a mensagem do Capitão.

-"Ótimo! No dia em que eu não estou a delegacia alguma coisa finalmente resolve acontecer nessa cidade."

A ligação para seu irmão foi no mínimo diferente do que ele esperava, levantava mais duvidas do que respondia.

-"Que dia meu amigo, que dia!"

Mas, a família sempre em primeiro lugar, o local habitual pode nos esperar essa noite.

Antes de chegar a delegacia Ezio compra um café para levar ao capitão. E alguns chocolatinhos, esses não eram para o capitão, Pensando:

-"Sabe como é, hoje parece ser um bom dia para fazer um agrado e polir as relações profissionais."

Ezio chega a delegacia e é recebido pela oficial Jenkins que lhe deu o informe e então, entregando-a um chocolate, tira o chapéu para um cumprimento e com um simpático sorriso diz:

"Bom dia oficial! Muito obrigado pelos seus serviços. Espero que esse humilde presente alegre um pouco seu dia."

Se dirige a sala do capitão, o ouve e é apresentado à ruiva, em primeiro instante uma garota bonita é algo do seu interesse, mas ao ouvir a palavra parceiro, sem que sua face expressasse seus pensamentos eram.

-"traditore della patria! Um parceiro! Isso ferra a maior parte dos planos de estar aqui, mas o que esperava Ezio?! Afinal é a polícia. Contudo, você apenas precisa pensar em como usar isso a seu favor."

Uma informação chamou a atenção de Ezio, alguém que esbarra no que pode ser considerado estranho para a polícia pode ser bem útil a ele.

Após as apresentações Ezio retira o chapéu para a moça, a olha nos olhos com o olhar mais sedutor possível dentro do ambiente profissional e diz:

-"Piacere ragazza! Certamente nos daremos muito bem"

Após os dizeres, solta sua clássica piscadinha e entrega um chocolate para sua nova parceira dizendo:

"Eis um presente de boas vindas"

Já com o chapéu na cabeça, se volta a Jax e com um sorriso diz:

-"Eu não me esqueci do senhor capitão, café duplo reforçado! Seu preferido."

Ezio não sabia se esse era o preferido do capitão, mas sabia que é difícil alguém não se agradar de um presente dado de tanto bom grado. E então Ezio continua.

-"Capitão, eu gostaria de acessar os arquivos dos ataques terroristas que ocorreram aqui há seis meses."

Agora Ezio tenta justificar seu atraso dizendo:

-"Meus atraso terá sido por um bom motivo se eu puder trabalhar à minha maneira com esses arquivos."

Para Ezio, a roda da fortuna está girando de maneira interessante hoje e ele está gostando disso. Só é uma pena não ter dado atenção à peituda na capela. Mas, mais tarde ligará para a dita cabala.
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Mensagem por Ezio Stracci Qui maio 18, 2017 2:45 pm

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Mensagem por The Oracle Qui maio 18, 2017 2:45 pm

O membro 'Ezio Stracci' realizou a seguinte ação: Rolar Dados


'D10' : 3, 10, 1, 9, 2, 6
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Mensagem por Ezio Stracci Qui maio 18, 2017 2:47 pm

Carisma + Subterfúgio
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Mensagem por The Oracle Qui maio 18, 2017 2:47 pm

O membro 'Ezio Stracci' realizou a seguinte ação: Rolar Dados


'D10' : 1, 1, 1, 7, 2, 10, 6, 3
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Mensagem por The Oracle Dom maio 21, 2017 8:43 pm

A oficial Jenkins deu um sorrisinho, e pareceu enrrubescer ligeiramente com o presente. Não devia ter mais de 20 anos aquela garota cheia de sardas. Certamente recém-saída da academia, com estrelas nos olhos.

Já O`Sullivan não parecia tão inocente. Sorriu um tanto cinicamente ante a gracinha de Ezio, e disse, num tom divertido:

- "Estamos na América, novato. Fale inglês. Se você ficar falando italiano e eu irlandês, vai ser uma comunicação difícil" - disse, ainda sorrindo, enquanto desembrulhava e comia o chocolate.

Já o capitão Briggs foi um tanto mais grosseiro, por assim dizer. Suas palavras foram: 

- "Ninguém gosta de um puxa-saco, Stracci" - mas pegou o balde de café, e o derramou garganta abaixo de um só gole - "O`Sullivan, mostre o local pro novato, e depois fale daquele caso que te coloquei. Podem olhar o caralho de arquivos que quiserem, desde que o serviço ande. Podem sumir da minha frente agora!"

Conforme os dois saíram da sala, a detetive O`Sullivan assumiu um tom mais formal. Rapidamente lhe mostrou as dependências da delegacia, algumas as quais já conhecia, outras que não. A central de polícia de Portland era um prédio moderno. Galeria de tiro, cafeteria, vestiários, armamento, depósito de evidências, salas de interrogatório, carceragem, etc, etc. Quando chegaram aos arquivos, um velho oficial parecia cuidar do lugar. Quer dizer, ele tinha a função de cuidar, mas como estava adormecido sobre sua mesa poeirenta, não estava cuidando de nada. Pelo menos, não fez qualquer objeção a entrada dos dois. Uma vez lá dentro, em meio aos arquivos metálicos e ao cheiro de papel e mofo, O`Sullivan repentinamente se virou para ele, e disse:

- "Mas, diz aí, novato, o que te fez vir de Los Angeles pra Portland? Essa cidade é quase uma roça, se comparada à Cidade dos Anjos. Não seria um dos melhores lugares se você pretende subir na Força. Bem, seu interesse nos arquivos do ataque terrorista diz alguma coisa. Tentando resolver o caso? Certamente isso ia te deixar famoso. Tem todo o meu respeito, se for isso." - a mulher estava acendendo um cigarro. Pelo jeito, mais uma que não se importava muito com as normas de proibição de fumo em ambientes internos - "Aliás, não me importaria de ver os responsáveis por aquela merda atrás das grades. Perdi parentes naquele dia."
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Mensagem por Ezio Stracci Dom maio 21, 2017 9:13 pm

Ezio tinha mais o que fazer então apesar de perceber as reações da oficial apenas seguiu seu caminho.

Dentro da sala do capitão ele recebeu a repreensão da garota. Claro que não com muito gosto, mas ela tinha razão no caso. Sendo assim, com um sorriso ele se desculpa.

Quanto ao Jax. Bem, ninguém gosta de ser chamado de puxa saco, mas de certa forma isso se parecia com o trabalho do Ezio para conquistar pessoas. De forma um tanto brincalhona ele diz:
-'Podem não gostar de puxa sacos, mas o senhor com certeza gosta de café." 

Ao sair com a detetive e ser apresentado a delegacia​ continuava pensando em como criar o momento para ligar para os magos, e para isso seria preciso distrair a moça. Na hora do almoço ou do banheiro. Talvez uma mensagem no whatsapp. Ezio adiciona o número de ambos, verifica qual dos dois têm aplicativo e envia uma mensagem enquanto caminha ouvindo O'Sulivan. A mensagem dizia o seguinte:

-"Olá Dr.West! Bom dia! Sou Ezio Stracci, um amigo em comum, o Sr Heineken, me passou o seu contato por termos assuntos do mesmo interesse. Se tratando dele suponho que saiba a que me refiro, sendo assim, gostaria de encontrá-lo, e ao Sr.Gray também se possível. Obrigado."

Na sala de arquivos Ezio procurou pelo arquivo do atentado. Ezio não gostava muito de cigarros, mas achou por bem ignorar enquanto pensava sobre a indagação da detetive, podia ser uma pergunta comum, mas qualquer coisa pode levantar suspeitas, sendo assim aceitou a própria sugestão da moça para responder, com um ar de seriedade ele responde:

-"Eu realmente não gosto de  terroristas. E sabe, pode não ser a melhor cidade para se subir na companhia, mas é um caso que une o útil ao agradável se me entende. Eu sei que é um caminho diferente, mas ninguém cresce fazendo as mesmas coisas que os outros."

Após isso ele a olha nos olhos enquanto vasculha os arquivos e pergunta:

-"Mas bem, sobre o caso que o capitão falou, me fale um pouco dele por favor."
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Mensagem por The Oracle Seg maio 22, 2017 10:11 pm

Bem rapidamente Ezio notou que levaria tempo para localizar aquele arquivo. As estantes eram imensas, abarrotadas de caixas e mais caixas de arquivos. Será que aquilo era digitalizado. Bem, era uma cidade relativamente pequena... Bem, teria tempo mais tarde.

A detetive apenas levantou uma sobrancelha enquanto ele falava, encostada num arquivo, braços cruzados sobre o peito. Na verdade, ele não havia falado nada, e isso poderia dizer muito.

Mas quando seu parceiro perguntou sobre o caso, ela se endireitou, apagou o cigarro pela metade, e disse:

- "Ah, um adolescente achado morto. Matagal perto do campus da universidade. Coisa feia, pelo que disseram, vários tiros na cabeça. A perícia já deve ter levado o corpo, mas, se você não tem problemas em ver isso antes do almoço, podemos ir ao local do crime. Depois, estamos liberados para "investigar".

Falou a última palavra num tom estranho. Parecia meio entediada com aquela história, inclusive.
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Mensagem por Ezio Stracci Ter maio 23, 2017 7:41 pm

É que ideia ruim. Um arrependimento repentino só de pensar naquelas pilhas de arquivos bateu sobre Ezio. 

Um adolescente morto no matagal provavelmente alguém está querendo esconder alguma coisa. Ezio pensa isso e logo diz como se fosse nada, coisa de rotina:

-"Um adolescente morto no matagal, alguém está querendo esconder alguma coisa"

Ezio nota o desânimo na detetive sobre investigar o caso e pensa:


-"Por que um detetive não estaria interessado em investigar, é o trabalho dela."


Ezio olha para a detetive joga a cabeça para o lado e diz de forma descontraída:


-"Ver esse caso antes do almoço abriria meu apetite." 


Dá um leve sorriso então olha para a moça com calma e responde:

-"Se não estiver interessada em investigar podemos fazer algo mais interessante."

A clássica piscadinha e continua.

-"O que você sugere?"

Após isso age como com um súbito interesse e diz:
-"Ah! A propósito! Eu não seu muito sobre você. Já que me perguntou, creio que eu possa pagar com a mesma moeda."

Um risinho cativante e pergunta:

-"Você é daqui mesmo? E se não, por que Portland?'
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Mensagem por The Oracle Ter maio 23, 2017 10:46 pm

- "É, talvez alguém esteja querendo esconder algo" - disse O`Sullivan, se abaixando para apertar o laço de um dos cadarços dos tênis que usava, o que deixou transparecer uma visão generosa de seu decote. Bem como da arma auxiliar, um revólver de pequeno porte, preso no tornozelo direito - "Ou talvez alguém querendo mostrar algo. Fácil demais de achar, me parece. Esse estado tem 80% de sua superfície coberta por matas, com lobos, ursos e leões-da-montanha pra devorar carniça. Se alguém quer realmente se livrar de um corpo por aqui, não é uma tarefa das mais desafiadoras. Esse estava num matagal perto de uma universidade. Mas há quanto tempo? Bem, isso a perícia irá nos dizer. Ao menos, espero que diga, sei lá, não sei confio naquele legista novo do Mercy. Espero que esse caia na outra."

Ao ouvir a coisa sobre ver cenas de crime abrir o apetite, a ruiva levantou um pouco uma sobrancelha. Quando ouviu a frase sobre "algo mais interessante", aquela mesma sobrancelha se levantou mais um pouco, mas logo a expressão mudou para aquele sorriso meio cínico de antes, ao que ela completou: 

- "Nah. Em primeiro lugar, temos que fazer valer o que os contribuintes nos pagam, não é? O dever vem antes. Vamos andando, novato. Temos uma cena de crime pra olhar."

O`Sullivan virou-se e saiu caminhando. Supondo que Ezio a tenha acompanhado, ela ouviu a pergunta pessoal enquanto andava. Sem parar ou se virar, respondeu:

- "Nasci e tenho família aqui. Quarta geração de O`Sullivans na cidade. Raízes são difíceis de cortar, mesmo que eu quisesse." - Ezio notou que estavam se dirigindo à garagem do prédio. Quando entraram no elevador, havia apenas os dois lá. Nesse momento, a detetive se virou para ele. Dessa vez, parecia bastante interessada: seu olhar era intenso, apesar de ainda sustentar o mesmo meio-sorriso cínico. - "vamos em um carro, ou em dois? Creio que isso vai definir bastante do nosso método de trabalho..."
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Mensagem por Ezio Stracci Ter maio 23, 2017 11:12 pm

Ao ver a cena da detetive Ezio obviamente contemplou, ao mesmo tempo que observava o decote tentando obter riqueza de detalhes sua consciência pesava um pouco visto a sua fé cristã, mas seus instintos falavam mais alto naquele instante. 

Ezio ouviu o comentário da detetive sobre o trabalho em primeiro lugar e em sua mente pensou:

-"Família em primeiro lugar." 

Porém olhando para a detetive com certa ironia ele diz:

-"Claro! O trabalho em primeiro lugar." 

Quando O´Sullivan se virou Ezio deu um beijo em seu anel de família pensando:

-"Prima Famiglia"

Então acompanhou a detetive a ouvindo. Uma mulher de uma família tradicional certamente é interessante e foi isso que ele disse:

-"Uma mulher de uma família tradicional é certamente interessante."

No elevador enquanto estavam a sós Ezio notou o interesse que sua parceira mostrou e desta vez ele quem levantou uma sobrancelha, voltou ao normal se aproximou dela olhando nos olhos, levou alguns segundos e respondeu:

-"Aposto que prefere irmos em um carro só." 

Ezio olhou pra baixo por centésimos de segundo, olhou para o indicador do andar no elevador, voltou os olhos para O´Sullivan, deu um semi sorriso atraente e disse:

-"Estamos quase chegando, é melhor apressar isso." 

Ao mesmo tempo Ezio pensava:

-"Ótimo Stracci idiota! Quero ver como vai se livrar dela para resolver seus assuntos. Deus nos tenha."
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Mensagem por The Oracle Ter maio 23, 2017 11:25 pm

A mulher não ofereceu qualquer manifestação quando o mago falou de famílias tradicionais. Também não recuou um centímetro que fosse, quando ele se aproximou, e sustentou o olhar, ainda com aquela expressão levemente cínica. Mas quando ele disse sua suposta frase de efeito, ela jogou a cabeça para trás, e gargalhou alto. Em seguida, voltou-se novamente para ele, agora séria, e disse.

- "Você não respondeu à pergunta. E você está certo, é melhor apressar. E aí, vai responder ou vai tentar ser escorregadio de novo?"
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Mensagem por Ezio Stracci Qua maio 24, 2017 12:50 am

Ezio a olha um tanto surpreso por ela ter resistido, mas apenas ajeita a gravata.Então a olha meio que de lado e responde:

-"Vou te dar a honra de irmos juntos."
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Mensagem por The Oracle Sex maio 26, 2017 4:40 pm

A detetive mais uma vez jogou a cabeça para trás, e gargalhou. Depois voltou à posição normal, e arremessou uma chave para Ezio, dizendo: "Ok então, mas você dirige".

Após uns vinte minutos, chegaram ao local (com algumas orientações de O`Sullivan, já que Ezio não conhecia bem a cidade). Era um matagal, dentro do campus da University of Southern Maine. Na verdade, nem era uma área muito isolada. Segundo O'Sullivan, era um local onde seria construído um centro de preservação da fauna local, mas as verbas para o projeto foram cortadas pelo novo reitor, a obra foi interrompida antes de começas, e o mato cresceu. A coisa estava na justiça desde então.

Quando chegaram ao local, havia duas viaturas, e um furgão da perícia. Quatro jovens oficiais cuidavam de um cordão de isolamento (havia uma meia dúzia de curiosos, provavelmente estudantes, mas como a coisa toda se desenrolava no meio do matagal, provavelmente não conseguiriam ver nada), enquanto dois técnicos forenses, com seus macacões e bonés azuis, máscaras de boca e luvas de borracha, circulavam por ali, um tirando fotos, outro derramando uma mistura viscosa no chão, provavelmente fazendo um molde de algo. Havia ainda uma maca com um saco de defunto sobre ela, e uma mulher, também com uniforme de técnica, que parecia estar comandando as coisas. Devia ter uns 30 anos, negra e alta, com os cabelos encaracolados bem longos, presos numa touca. Essa última, ao ver a parceira de Ezio, foi logo dizendo: 

- "E aí, ruiva? Quem é o bonitão? Substituto do Earl?"
- "Isso mesmo. Detetive Ezio Stracci, Doutora Melinda Parker" - disse, apontando de um para o outro, fazendo as apresentações - "E então, Melinda, o que temos pra hoje?"
- "Ah, esse é bastante normal, para os seus padrões, embora não seja bonito de se ver" - foi dizendo a mulher, enquanto abria o saco de defunto - "Adolescente, provavelmente entre 16 e 17, branco, acima do peso, sem marcas ou maiores indícios de violência, além dos seis tiros na cabeça. Calibre baixo à queima-roupa. Não há marcas de sangue no local, então, é bem certo que não tenha sido morto aqui. A decomposição mal começou, então, provável hora da morte na noite de ontem. Saberemos maiores detalhes depois da autópsia. Havia marcas de pneu frescas até o local onde o corpo foi achado. Coisa de amador, ao que parece. Não vai dar muito trabalho esse caso."

O ziper do saco de defunto já havia sido aberto. O'Sullivan olhou para dentro, e deu um assovio de espanto. Não havia sobrado muito da cabeça do rapaz, embora o resto estivesse intacto.
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Negócios de Família Empty Re: Negócios de Família

Mensagem por Ezio Stracci Sex maio 26, 2017 5:22 pm

Ezio recebe as chaves mas não deixa de dizer enquanto a acompanha:

-"Você perde oportunidades incríveis detetive."

A partir dali seguiu o caminho para área indicada. Ouvindo músicas para não deixar o clima tão estranho e puxando papos cotidianos.

Chagando ao local Ezio começa a procurar pelas pistas por onde passa, analisando as ações dos oficiais que estavam por lá, procurando pelo mato, pegadas talvez, algum tipo de marca, qualquer pista pode ser valiosa.

Ezio ainda estava meio que "viajando" procurando pelas pistas quando se aproximou de Melina e então ouviu as apresentações. Ezio voltou sua atenção ao diálogo e então com um sorriso e um gesto retirando o chapéu ele cumprimenta educadamente a moça que acaba de conhecer:

-"Ah! Muito obrigado minha cara! É Muita gentileza sua! Um prazer conhecê-la!."

Mostrando um pouco de interesse ele pergunta:

-"Sem documentos? Nenhum pertence? Já pegaram as digitais para descobrir algo do rapaz? Conseguiram discernir as munições?"

Temendo parecer um tanto autoritário Ezio diz  com um sorriso:

-"Me desculpe se eu perder a linha só estou buscando saber tudo o que preciso."

Ao olhar saco aberto e o corpo Ezio demonstra certa tristeza. As pessoas morrem e ele sabe disso, mas teme pelo que pode ter sucedido da alma do rapaz. Talvez a palavra respeito seja mais indicada para a situação, por fim Ezio achou por bem lançar algumas palavras simples:

-"Deus tenha piedade de sua alma."

Depois disso a notícia das marcas de pneus deixa Ezio empolgado. As informações que ele receber das perguntas que fez serão úteis. E dali ele vai investigar a partir das marcas também. Chama O'Sulivan para acompanhá-lo.
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Mensagem por Ezio Stracci Sex maio 26, 2017 5:51 pm

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Mensagem por The Oracle Sex maio 26, 2017 5:51 pm

O membro 'Ezio Stracci' realizou a seguinte ação: Rolar Dados


'D10' : 2, 10, 6, 10, 3, 4
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Mensagem por The Oracle Sex maio 26, 2017 8:31 pm

A Dra. Parker não respondeu às muitas perguntas de Ezio, num primeiro momento. Deixou que eles olhassem o triste espetáculo que era o cadáver antes. Mas respondeu às palavras deste, depois que viu o morto:

- "Amém".
- "É, espero que tenha pelo menos mais piedade do que quem fez isso" - disse O`Sullivan, pegando seu maço de cigarros, mas o guardando em seguida, ante a cara feia de Melinda - "ok, ok, cena de crime, nada de cigarro. Mas, enfim, não se dá um monte de tiros na cara de alguém num assalto, ou numa queima de arquivo. Havia emoção envolvida aqui. Vingança, algum crime passional, talvez uma namorada ou namorado desiludido, etc. Ou algum psicopata. A imprensa ia adorar isso..."
- "Bem, pegamos as digitais sim" - prosseguiu Melinda, olhando para Ezio, após fechar o saco de defunto - "Não estão no sistema. Provavelmente a vítima nunca teve ocorrência (pela lei americana, apenas criminosos tem digitais no sistema). Não tinha nenhum pertence. Carteira, celular, nada. As roupas e o tênis são de marca, caros, mas é só o que podemos dizer até agora. Depois da autópsia, a Balística vai analizar os projéteis. Devemos ter algum resultado em um ou dois dias."

Depois disso, a ruiva acompanhou seu parceiro. Ezio verificou que o técnico da perícia havia feito moldes das marcas de pneu, e também de uma sola de tênis.

As marcas eram de um pneu largo, provavelmente pertencente a uma picape ou SUV. Sulcos profundos, logo, pneus provavelmente novos. Os rastros não eram demasiado profundos, entretanto. O veículo não estava muito pesado. O carro entrara por uma estrada, parara no meio do matagal, e depois saíra por um outro lado. Onde ele parou, haviam algumas daquelas pegadas de tênis. Tamanho provavelmente em torno de 40 ou 42. Era fácil discenir as pegadas de quando ele carregou o corpo, das de quando voltou: as primeiras eram bem mais profundas. A segundas eram pouco profundas, mesmo naquele solo fofo, indicando uma pessoa provavelmente magra.

Era o que dava para discernir, sem a análise forense.


Última edição por The Oracle em Sex maio 26, 2017 11:29 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Ezio Stracci Sex maio 26, 2017 9:08 pm

Hum. No mínimo interessante. Ezio sabia que as constatações de O'Sulivan tinham fundamentos. Alguém o queria morto e provavelmente tinha motivos. Ezio conhecia aquele tipo de atividade, coisas parecidas com as obras das famílias.

Ezio preferiu comentar coisas diferentes e apesar de não gostar do vício da detetive ignorou aquilo no momento visto que sua amiga já havia a repreendido. E com um tom mais profissional ele diz:

-"Muito bem detetive. Temos um Playboy indesejado por algum motivo, mas precisamos dar conta disso"

Então se volta para a Melinda e diz:

-"Melinda, em algum determinado momento precisamos identificar esse rapaz. Quando soubermos quem é, boa parte dos nossos problemas estão resolvidos. Mas claro, vamos trabalhar juntos nisso."

Oras, se fosse obra dos Stracci Ezio saberia. Em sua mente pensava:

-"Droga Ezio! Pode não ser obra de família! Deus ajude que não seja. Se for, melhor que nós estejamos atrás deles do que o contrário." 

Então as investigações do Stracci começaram a ter resultados a medida que ele foi passando para sua parceira:

-Detetive! Pelas marcas dos pneus estamos procurando por algum tipo de SUV, os Pneus estão no mínimo conservados, o que já nos ajuda um pouco. 

Acompanha às pegadas e vai narrando. 

-"Eles trouxeram o corpo até aqui. Então o deixaram e voltaram."

E os pensamentos pairavam:

-"Vamos lá Ezio! Seis tiros na cabeça. Algum método especial? Alguém difícil de matar? Algum sentimento como disse a detetive? Descarregar o pente a queima roupa. Talvez seja bom perguntar algo.

Ezio estava um pouco agitado, empolgado com o caso. Então pergunta.

-"O'Sulivan? Já soube de alguma morte parecida com essa? Seis tiros na cabeça a queima roupa. Descarregar o pente tem que ter alguma boa motivação."

Um tanto menos "agitado" ele diz:

-"Viu algo a mais detetive?" 

Com a mão na barriga e tentando passar um ar de mais tranquilidade ao momento ele continua:

-"Já tô cheio de fome."

E solta um sorriso natural.
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Mensagem por The Oracle Sáb maio 27, 2017 4:53 pm

- "Ele tem cara de mauricinho. Isso significa que a família em breve deve dar um alerta de desaparecimento" - disse a perita - "Mas, antes disso até, pode ser que a autopsia revele alguma marca distintiva: uma operação ou prótese, alguma doença rara, algo assim. Não é o típico indigente, em breve vai ser identificado."

Pouco depois, observando a cena com O`Sullivan, ela participa ativamente do diálogo. A mulher poderia não parecer muito interessada, mas ao menos não era preguiçosa.

- "Pois é, trouxeram, largaram e foram embora. Nem ao menos tentaram esconder, enterrar, queimar, nada. Trabalho de amador, o que reforça a hipótese de crime passional. Se foi o caso, provavelmente alguém próximo foi o assassino, o que não nos ajuda muito, até que identifiquem o corpo."
- "Mas a vítima parece muito alguém de classe média-alta, isso é fato. Talvez alguma das roupas dele seja feita sob medida, ou de uma marca que só tem uma loja na cidade..." - se abaixou, próximo a uma das marcas de pneu - "Aqui em Portland, o pessoal da perícia costuma conseguir isolar um marcador de salinidade das amostras de solo, o que indica o quão perto do oceano o veículo andou circulando. Podemos depois visitar alguns lava-jatos da cidade, ver se andaram pedindo lavagem completa de algum SUV ou picape, mas isso é uma chance tênue. A não ser que o sujeito seja amador demais, ele lavou o carro por conta própria, ou o abandonou por aí. Aliás, é com isso que estou contando: com o amadorismo desse assassino. Não duvido que, depois da análise balística, consigamos descobrir o registro da arma que fez os disparos, da mesma forma que não duvido que algum gari ache essa mesma arma, com digitais, numa lixeira, ou que achemos a picape abandonada em algum ponto.
- "Outro detalhe é o seguinte: porque desovar na universidade? Eu diria que há boas chances do local não ser estranho para ele, talvez seja um estudante, ou professor, ou funcionário, ou parente de algum destes. Bem, acho que teremos mais dados em um dia ou dois."

Por fim, ao ouvir a pergunta de Ezio sobre crimes passados, ela coçou a cabeça, e depois de uns três segundos, respondeu: 

- "Já tivemos problemas de gangues por aqui. Quando elas querem mandar recado, providenciam umas mortes mais ou menos assim. Além disso, Portland tem sua cota de assassinatos bizarros. Já mais de uma vez achamos corpos destroçados. E estou falando sério, destroçados mesmo. Possivel ataque de animais. Às vezes, ursos se aproximam dos subúrbios. Um urso negro não faria isso tudo, mas um urso cinzento... bem, não queira ver a vítima de um ataque de urso cinzento. A imprensa costuma não noticiar esse tipo de coisa. Eu apostaria que o comissário Newman tem algum tipo de acordo envolvendo isso, em especial depois da Noite do Desespero. Mas, assim, exatamente com essas características: vítima jovem, tambor descarregado na face à queima-roupa, não me lembro de nada assim não... Espero que não seja o primeiro de uma série. Tudo o que menos precisamos é de um seria killer por essas bandas."

Nisso, a mulher se levantou, arrancou as luvas de borracha, e colocou as duas mãos nas bases das costas, esticando a coluna, enquanto ouvia as últimas palavras de Ezio.

- "Bem, então vamos voltar pra delegacia. Não tem mais nada pra fazermos por agora. É a hora e a vez da Perícia. Minha marmita me aguarda. Como você foi o motorista, pode deixar que eu escrevo o primeiro relatório, "parceiro".
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Mensagem por Ezio Stracci Sáb maio 27, 2017 5:10 pm

Então por hora é isso. Esperar pelo resultado da perícia. Ezio pensava:

-"As informações da detetive são boas, mas eu seria otimista demais ao acreditar assim."

Ezio se volta para Melinda e agradece pelos serviços. 

Ouve O'Sulivan e sem entender muito bem a entonação na palavra parceiro, mas apenas agradece.
 
No caminho ele diz:

-"Bem. Eu vou te deixar a delegacia e sair para almoçar. Ou prefere que eu te deixe em algum lugar?"

É, o trabalho da polícia serve para Ezio como um alívio para sua alma às vezes, mas ele não esquece quem realmente é. Há o lance com seu irmão à noite e ele ainda aguarda o retorno dos magos.
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Mensagem por The Oracle Dom maio 28, 2017 4:16 pm

Depois das últimas palavras de Ezio, a expressão da detetive se abriu, como se lembrasse de algo.

- "Hei, a ideia não é ruim! Pode me deixar num outro lugar. Te dou as coordenadas. Vai ser bom comer uma comida fresca. De lá, alguém me dá carona pra delegacia."

Após as coordenadas, eles chegaram a uma espécie de pequeno restaurante de beira de estada (embora ali não fosse de fato uma estrada), o nome do local era "Shenanigan`s". Não era um local de aspecto glamuroso, nem nada assim. Parecia irlandês, pelos letreiros e cartazes (na sexta, uma banda de folk music chamada "Névoas do Norte" ia se apresentar), e havia apenas uma meia dúzia de carros parados no estacionamento. O`Sullivan se despediu, e logo que saiu do carro, a porta do estabelecimento se abriu, e uma senhora ruiva e gordinha saiu para recebê-la com um abraço.

Neste exato momento, uma mensagem chegou em seu celular. Era de Otaviano, e dizia: "Mudança de planos. Urgência. Almoço no Piccolo."
____________________________________________

O tal Piccolo era um dos locais preferidos de Otaviano, o que, inclusive, explicava sua aparência mais e mais redonda a cada dia (o que, associado ao bigode que insistia em cultivar, já estava lhe rendendo a alcunha de "Super Mario". Claro, ninguém falava isso perto dele). Tratava-se de um restaurante italiano bem pequeno, com não mais do que 12 mesas. Isso, porque muito pouca gente sabia de duas salas reservados nos fundos, e uma delas era meio que privativa de sua famiglia. A comida do local era realmente boa, mas o melhor era a discrição do proprietário. Aparentemente, ele devia favores a sua família. O chef do local era algum primo seu de segundo grau.

Quando Ezio chegou, Otaviano já estava lá. Isso era fácil de saber, porque Giuseppe e Matildo estavam nas mesas externas. Eram bons soldados, davam toda a pinta de que eram apenas amigos almoçando, mas Ezio sabia que estavam de olho em tudo. Quando chegou, eles o cumprimentaram com um aceno de cabeça quase imperceptível.

Ao adentar a sala privada. Otaviano já estava lá, acompanhado de uma garrafa de vinho e uma bruschetta. Havia tirado camisa e peletó, estando apenas com camiseta, e um gigantesco babador quadriculado (Otaviano costumava se sujar ao comer). Ao ver o irmão, se levantou, lhe deu um caloroso abraço, e um beijo em cada face. Apesar de tão americano quanto ele, Otaviano passara consideravelmente mais tempo na Itália do que Ezio, e sua voz carregava um pouco de sotaque. Na verdade, ele sabia que o irmão forçava um pouco aquele sotaque. Ele achava legal ou coisa assim. Ah, e falava gesticulando também.

- "Senta, senta! Vamos pedir logo, pois não quero que você se atrase. Seus amigos de azul não podem desconfiar de nada, hehehe!"

Após fazerem os pedidos e a comida chegar, seu irmão tinha a sua frente um prato colossal de gnochi, mas isso não impediu Otaviano de começar a falar, alto e gesticulando vivamente, ao mesmo tempo que comia. Por sorte, as paredes eram acusticamente isoladas.

- "A história é simples: pegamos um cara vindo de papo naquela loja de penhores perto do porto, que está sob nossa proteção. A dona nos chamou, pegamos o sujeito, e fomos extrair umas respostas dele. Sujeito duro de quebrar, mas falou, e ainda está andando, sinal que é esperto. Tornando a longa história curta, ele trabalha para os fudidos Falcone. Não sabia que a porra dos Falcone estavam aqui! O que caralhos alguém pode querer nessa cidadezinha de merda?! Tenho agora uma decisão para tomar, e quero seu conselho: sumimos com o cara, ou mandamos ele de volta para os Falcone, com uma carta exaltando a honra do cara e como ele demorou pra abrir o bico, e deixando claro que não sabíamos ser associado deles? Não sabíamos dos Falcone aqui, mas se trabalhamos direito nesses últimos dois meses, então eles também não sabem de nós. Podemos manter assim, ou não."

Dar conselhos, Ezio sabia, era função do conseglieri. Entretanto, seu irmão já havia lhe dito que não confiava em ninguém ali na cidade para isso ainda. Logo, de vez em quando pedia conselhos a Ezio. Era uma certa quebra de protocolo, mas, ora, eles eram irmãos.

- "Mas antes de você falar, escuta essa. Isso é muito pior, e foi por isso que te chamei com urgência. O cara dos Falcone aguentou bem, mas depois que começou a falar, cantou que nem um canário, falou até o que não perguntamos. E o que ele disse não é coisa boa. Disse que tem Giovannis entrando na área também. Doce Maria nos ajude... mas porque logo aqui, e logo agora?"

Qualquer um dentro das Máfias italianas ou ítalo-americanas sabe quem são os Giovanni. Família antiga, vinda da velha Itália, mas agora com dedos no mundo inteiro. E são grandes. Mas o que os diferencia das demais é que com os Giovanni, não tem acordo, não tem divisão de território, não tem nada disso. Eles são implacáveis, e violentos. A técnica deles é destruir a oposição, pura e simplesmente. Honra? Não é a característica mais forte deles. Se havia Giovannis na área, era preciso andar com os dois olhos abertos. isso explicava o porque da urgência em Otaviano lhe chamar. Ele precisava saber o que poderia estar espreitando.

Piccolo:

Otaviano:


Última edição por The Oracle em Sex Jun 09, 2017 3:11 pm, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Ezio Stracci Dom maio 28, 2017 11:15 pm

Então aparentemente Ezio teve uma boa ideia com a detetive. Sem problemas em deixá-la no restaurante irlandês. 

Mas uma mensagem de urgência da famiglia é algo preocupante. Entao vamos para lá rapidamente.

Após passar pelos guardas e cumprimentá-los ao ver seu irmão ele pensa:

-"É bom que cuide da família como da pança ou vão começar a me chamar de Luigi."

Mas claro que estava feliz em ver o irmão e o cumprimentou calorosamente. Retirou o chapéu e o sobretudo, sentou-se, serviu-se com  vinho, encostou as costas a cadeira, então começou a ouví-lo. E respondeu demonstrando sua insatisfação, mas mantendo a postura:

-"Traditores Della Pátria Falcone! Essa cidade é mesmo uma coisa interessante ao que parece. Mas sabe irmão. Eu estou investigando um caso, assassinato, descarregaram um pente na cabeça do rapaz e o jogaram no matagal. A detetive suspeita de crime passional, mas essa informação que me deu me dá outras suspeitas. Vou lhe dizer o que fazer e lhe pedir um favor. Libere o rapaz e provoque um acidente de carro, claro que envolvendo apenas o rapaz, e deixe que Deus decida. Se o matarmos a famiglia vai procurar saber e podem chegar a nós. Se o devolvermos podem querer vingança. Temos a vantagem. Agora o favor. Consiga com seus meios verificar se a família dele teve algo a ver com algum assassinato na cidade. A propósito parabéns por capturá-lo. E claro! Consiga às informações da família, onde estão, o que estão fazendo, a partir daí vamos monitorar suas atividades e ver a melhor maneira de agirmos. Talvez seja até bom conversarmos com eles."

Ezio agora está um tanto mais nervoso, curva-se voltando para o irmão, encara-o pro alguns segundos meio que perdido em seus pensamentos e então diz:

-"Se eles estão por aqui meu irmão provavelmente uma guerra está a caminho. Deus nos tenha. Vá começar a reunir aliados e expandir nossas forças. Sabe que não apoio a violência, mas os Giovanni só conhecem essa língua. O que me faz começar a pensar sobre o Falcone, talvez seja melhor nos aliarmos a eles, uhn. Sabe a importância do rapaz para a família?"

Ezio vai terminar o almoço ali e partir para a delegacia, seus pensamentos agora são:

-"Vamos ter que contar com esse lance de magia. Antigos, não me deixem na mão. Deus nos tenha."
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Mensagem por The Oracle Sex Jun 09, 2017 4:36 pm

Otaviano ouviu com atenção o que o irmão menor tinha a dizer. Ele estava sob certa pressão, Ezio sabia. Afinal, era o responsável ali pela cidade, e o pai de ambos estava de olho, mesmo que isso não fosse aparente. Era, sem dúvida, uma avaliação, um teste, e seu irmão estava tentando a todo custo não pisar na bola. Por isso, ouvia, ainda que dos mais jovens. Estava também em idade de casar, para ser um capo de respeito, mas (em suas próprias palavras) ainda não achara sua "donna".

Depois de ouvir em silêncio tudo o que Ezio tinha a dizer, deu um longo gole na sua taça de vinho, limpou a garganta, e falou:

- "O rapaz é só um associado. Nem mesmo é da família Falcone. Recrutaram aqui em Portland mesmo" - levantou uma sobrancelha e alisou o bigode, antes de prosseguir - "Esse assassinato que você disse: descarregarem o tambor todo na cara de um sujeito... Se isso fosse feito por uma família, teria cara de recado. Mas quando se dá um recado, se deixa claro pra quem é e quem mandou. E se você não sabe ainda, mesmo depois de ter visto corpo e cena de crime, não deve ser recado, logo, não deve ser coisa de nenhuma família. Mas vamos olhar mesmo assim. Aliás, vamos olhar tudo. O que temos que fazer agora é descobrir o que Falcones e Giovannis estão fazendo aqui. E mais, o que querem, os bruxos Giovanni especialmente. Se descobrirmos o que eles querem, podemos suprimir essa coisa, e com Deus querendo, eles vão embora. Se isso não der certo, pode virar guerra mesmo, podemos ter que nos aliar aos Falcone, e mais um monte de outras coisas que não quero pensar agora. Mas, sabe, acho que um acidente para o rapaz dos Falcone é mesmo uma boa ideia. Vamos deixar esses sacripantas mais um pouco no escuro. Mantenha olhos abertos, irmão. Para os Falcone, e principalmente para os Giovanni. Os Falcone devem estar se preparando para os Giovanni também, o que significa que podem estar menos cautelosos. Essa cidade vai ser nossa, e não deles!"

Durante o resto do almoço, conversaram sobre amenidades, contaram piadas e riram alto, coisas de família italiana. O último rumor era que a segunda esposa de seu pai poderia estar grávida. Depois de uma hora, se despediram.

____________________________________________

Quando chegou à delegacia, O`Sullivan já estava lá, trabalhando no relatório de sua visita à cena do crime. Ao terminar, passou para que ele conferisse: um relatório simples, sem omissões. Ela sabia trabalhar direito, aparentemente. Depois disso, O`Sullivan sugeriu que passassem em alguns lava-rápido, para ver se algum carro com marcas de sangue fora posto para lavar. Isso acabaria tomando o resto da tarde. Era o que tinham até o momento, já que a Perícia provavelmente iria retornar dados apenas no dia seguinte. Por sorte, a quantidade de homicídios em Portland não era imensa para os deixar atolados de trabalho.

____________________________________________


Quando o horário combinado se aproximou, Ezio parou seu carro no endereço indicado, Rua Liberty 232. Estava em frente a um prédio de 5 andares, relativamente grande. Havia alguns seguranças particulares ali, dentro de um carro, com seus inconfundíveis coletes e óculos escuros. Passariam despercebidos para um transeunte comum, mas não para Ezio.

Parte da fachada do prédio era tomada por algumas vitrines, e uma grande placa com os dizeres: "Anima Gemma - Jóias, Pedras Preciosas, Lapidação e Penhores". A loja estava fechada, mas pela vitrine, era possível ver que não era glamourosa como uma Tifanny ou Cartier. Ao bem da verdade, as jóias expostas eram bastante básicas. Eles vendiam também cristais, pedras brutas, relógios, relicários, e outras bugigangas.

A rua estava vazia, mas a vizinhança não parecia perigosa. Só havia ele e o carro dos seguranças naquele momento.

Continua aqui.
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Mensagem por Ezio Stracci Sex Jun 09, 2017 5:24 pm

A continuidade da conversa não foi muito relevante. Ezio não tinha muito mais a dizer, até que estava feliz por ter dado uma boa ideia, mas a consciência pesava porque alguém ia morrer graças a ele, mas o pensamento era:
-"Ao menos espero que faça direito para não me dar trabalho na delegacia. E que Deus nos perdoe."

A notícia da gravidez o alegrou, um novo irmão é algo a celebrar. 

Chegando a delegacia teve todo aquele trabalho burocrático, papéis, e essas coisas chatas, mas ele tinha que fazer algo de bom também pela sua alma, até que aquilo o deixava feliz de certa forma. A ideia da detetive era boa então o rapaz seguiu e a presenteou com um chocolatinho dos que ele ainda tinha. 

E é chegada a noite. Claro que o rapaz passou em casa, se arrumou, tomou seu banho, preparou um outro terno para a ocasião, não o terno de trabalho, mas ainda com um chapéu e seus equipamentos. 

Finalmente lá está Stracci, em frente a capela que por algum motivo estava bem mais protegida do que ele esperava. E um pensamento:

-"Ao menos posso encontrar as ruivas".

Desceu de seu carro, cumprimentou os seguranças mais visíveis, mais próximos, retirando o chapéu e acenando positivamente com a cabeça. Então, bateu as portas da capela pensando:

-"Pois bem! Vejamos o que a magia nos reserva!"
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