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A Ovelha Negra ao rebanho retorna

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A Ovelha Negra ao rebanho retorna Empty A Ovelha Negra ao rebanho retorna

Mensagem por The Oracle Sex Jul 15, 2016 2:42 pm

No fim das contas, não chamavam aquela região de "Nova Inglaterra" à toa. Tinha os mesmos ares de casa mesmo. E aparentemente, o mesmo povo provinciano e conservador. Poderia vir a ser tedioso, ele temia. Ou talvez houvesse algo mais escondido sobre aquela aparência de Velho Mundo.

Tedioso ou não, ele precisava estar ali. Não sabia exatamente porque, mas sentia. Tinha palpites, mas nenhuma certeza. Alguns poderiam imaginar que Despertar te daria várias respostas, mas não, costuma te dar é mais perguntas.

O que raios ele viera fazer naquela cidadezinha portuária? Quer dizer, Portland era a maior cidade da região, mas ele poderia estar em Nova York, San Francisco, Los Angeles, Boston, Vegas... Não, Vegas não, mas enfim, alguma cidade mais interessante. E entretanto lá estava ele. Tinha até comprado uma casa no lugar...

Só que houve de notável naquela cidade, nos últimos anos, foi uma onda de atentados terroristas, uns seis meses antes. Noite do Desespero, a imprensa chamou. Alguns prédios queimados,, algumas pessoas mortas, alguns desaparecidos, nada épico como as Torres Gêmeas caindo, mas alguma coisa. Atribuíram ao ISIS, uma mensagem de que nem as populações do coração da América estavam livres da Espada de Alah, alguma bobagem nesse sentido. Mas antes e depois disso, apenas florestas, lenhadores, pescadores, e velhos aposentados.

Chegara de navio na noite anterior. Vir de avião teria sido mais rápido, mas não dava para ter certeza que seu passaporte não estava em alguma lista negra do governo dos EUA ou coisa assim. De navio era mais fácil passar despercebido. Dera uma inspecionada na casa, e depois fora descansar da viagem chata. Agora era dia, e ele não fazia muita ideia do que ia fazer. Andou pelos jardins do lugar, foi ao comércio comprar pão, e quando voltou, notou que havia algo na caixa de correio. Uau, os serviços postais americanos eram realmente rápidos... ele tinha chegado a menos de 24 horas e já havia propagandas na caixa de correio? Era um envelope sem nada escrito (ou seja, foi posto ali sem usar os correios). Quando abriu, havia uma carta, escrita à mão. As poucas linhas diziam:


"É de bom tom se apresentar ao chegar a um novo local. Deveria ter feito isso ontem mesmo.


Se estivesse só de passagem, ninguém se importaria, mas como comprou propriedade no local e chegou com bagagem, é de se esperar que pretenda uma estadia mais permanente. Sugeriria que mudasse de ideia a esse respeito. Seria melhor para todos.


Caso minha sugestão não seja acatada, ainda assim é esperado que se apresente e converse um pouco com os que já estão estabelecidos no local, já que pretende uma estadia mais longa por aqui. Venha à Rua Liberty, 232. Diga às atendentes que gostaria de encomendar um anel especial de bodas.


Estarei lhe aguardando. Se você virá, ou não, e o quão rápido virá, dizem muito sobre você, e suas intenções. Lembre-se disso"


Atenciosamente,


Willian Clark Von Heinekein
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Mensagem por Elliot Ward Dom Jul 17, 2016 6:35 pm

Ele se esquecia com facilidade de muitas coisas que eram inconvenientes em sua vida. Mas dificilmente esqueceria da família, principalmente se tratando de Emma. E ele sabia que ela estava ali. Quase podia ouvir seus pensamentos... ou eram apenas os malditos fantasmas sussurrando em seus ouvidos novamente. Lembrando-lhe de como era incompetente, de como ele os havia deixado morrer. De como os usara apenas para que pudesse chegar a um fim. 
 
-“É...” Ele sabia exatamente o que havia vindo fazer ali. Sabia também porque havia comprado uma casa no subúrbio. Afinal, não havia forma mais fácil de recomeçar a vida do que um lugar em que ninguém o conhecia. E claro, reencontrar sua amada irmã. Como será que estava? Fazia parte dos homens de saia? Ela era uma mulher afinal, faria mais sentido vê-la de saia. 
 
-“Será que a ordem nasceu na Escócia? ” Ele falou para si mesmo com cara de quem havia tido uma epifania. Mas logo desviou seus pensamentos novamente. Olhou ao redor, notando as sombras que se moviam lentamente pelo umbral da sala. –“Espero que tenham gostado da casa. ” Falou alto o suficiente, mas com ninguém em especial. Caminhou lentamente na direção da caixa de correio, que trazia o número da casa e tinha o sinalizador levantado, indicando que havia algo ali. Puxou o envelope pardo. 
 
-“Malditos...” Murmurou antes mesmo de abrir o envelope. É claro que se não fosse um pedido de doação do exército da salvação, com toda certeza seria uma solicitação de algum enxerido que não tem mais o que fazer da vida. Para sua surpresa, era de fato uma solicitação de um enxerido, mas não um enxerido vulgar. Mordeu o lábio inferior enquanto lia, e via a presunção daquele que o intimava a se apresentar. Estava ali a o que? Dois dias? Arrumando a casa, preparando o local que iria ficar. Não tivera tempo para se preocupar com essas frescuras das tradições, mas eles não demoraram a mostrar mais uma vez, que havia feito uma ótima escolha quando decidira não tomar partido. Respirou fundo enquanto dobrava a carta e colocava no bolso interno do terno de seda inglês. 
 
 

-“É claro que vocês podem esperar. Isso dirá muito das minhas intenções para vocês...” cuspiu no meio fio, enquanto voltava para dentro da casa, com o pacote de chá que havia levado do comercio local. Degustar um bom chá era um compromisso claramente muito mais importante do que encontrar com velhos chatos que ditavam o que você devia ou não fazer com a magia. Elliot tomaria o chá, organizaria sua biblioteca, ou parte dela, visto que não tinha apenas livros exotéricos, apreciaria a vista do novo jardim, assistiria um pouco de TV e apenas ao final da tarde, ligaria para um Taxi, solicitando que o levasse até o local, o qual anotou em um guardanapo de papel e entregou ao motorista.  –“Sem pressa, temos uma vida toda pela frente.” Comentou com o motorista, quando fechava a porta do Taxi.
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Mensagem por The Oracle Seg Jul 18, 2016 3:50 pm

Elliot observava pela janela, quando o carro amarelo parou em frente aos portões, e buzinou. O motorista saiu, fez uma expressão cômica de assovio (aparentemente impressionado com o tamanho da casa), e acendeu um cigarro, enquanto esperava. Parecia um sujeito próximo dos 30 anos, com uma boina e cachecol. Parecia estar esperando uma noite bem fria.

Logo que o homem o cumprimentou, Elliot notou o sotaque britânico. Irônico, não? "Francis William Chandler", era o que dizia na licença de taxista, pendurada no painel do carro. Ao receber o endereço, o homem comentou:

- Ah, a fábrica nova de jóias. Sorte nossa, mate. Contrafluxo nesse horário. Vai ser um corrida rápida.

De fato, não mais de 20 minutos depois, estavam em frente a um prédio de 5 andares, relativamente grande. Havia alguns seguranças particulares ali, com seus inconfundíveis coletes e óculos escuros. Parte da fachada do prédio era tomada por algumas vitrines, e uma grande placa com os dizeres: "Anima Gemma - Jóias, Pedras Preciosas, Lapidação e Penhores".

A loja em si não era glamourosa como uma Tifanny ou Cartier. Ao bem da verdade, as jóias expostas eram bastante básicas. Eles vendiam também cristais, pedras brutas, relógios, relicários, e outras bugigangas. Ao entrar na loja, depois de passar por dois seguranças armados na porta, Elliot se deparou com duas atendentes. Belas ruivas de olhos verdes. Duas ruivas iguais, ou quase. Uma delas o recebeu com um amplo sorriso, e disse, com voz cristalina:

- Bem vindo à Anima Gemma. No que posso ajudá-lo?
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Mensagem por Elliot Ward Seg Jul 18, 2016 4:42 pm

Acendeu um cigarro quase no mesmo momento que se ajeitou no banco de trás. Ele entregou o papel para o taxista enquanto tentava decorar o nome do Taxista a frente.

-“Francis Chandler... Chas... Nah. Vou te chamar de Frank, tudo bem? ” Ele deu uma longa tragada no cigarro enquanto ouvia o que o homem falava a respeito do contra fluxo. Na verdade, era até meio triste, se ele pudesse demorar mais ainda seria ainda melhor. Mas deixou isso para si. Apenas sorriu enquanto ele falava.

 -“Então, Frank, tem algum número particular? E atende fora de horário? Sou novo na cidade e seria interessante ter algum rosto conhecido, não? ” Ele falou enquanto deixava um cartão particular sobre o banco do passageiro, quando descia do carro. Entregou uma nota de cinquenta dólares para o homem e virou-se na direção do prédio. –“Me aguarde aqui, não vou me demorar. ” Disse, seguindo para dentro do prédio.


Ao entrar fitou as atendentes com um meio sorriso no rosto, enquanto as observava com atenção. Procurou nos bolsos do terno, mas não encontrou o maldito papel que lhe dera.
 
-“Gostaria de encomendar um anel especial... Só não me lembro para o que era. ” Ele riu consigo mesmo. –“Era um anel de formatura? Ou...”
 

Coçou o queixo olhando para o teto. –“Não, era algo bem mais cafona. ” Ele chutou o chão, dando uma volta nos próprios calcanhares. –“BODAS! Era isso que o Sr. Cerveja tinha dito afinal. ” E apontou o dedo indicador na direção de uma das ruivas.
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Mensagem por The Oracle Sáb Jul 30, 2016 7:20 pm

- Chas, você disse? Hahahaha. Me chamavam assim quando eu era um moleque que se achava cheio de atitude. Diziam que eu parecia o baixista de uma banda de rock. Como você adivinhou? Mas pode me chamar do que quiser, parceiro. Nunca gostei de Francis mesmo. Foda-se meu pai por ter escolhido esse nome! - O sotaque britânico do homem tinha um som de nostalgia.

- Pego o trabalho que aparecer, mate. Essa cidadezinha não é das piores, mas não tem tanto trabalho quanto a velha Londres. E tenho duas moças me esperando em casa e, por Deus, eu vou dar uma vida decente a elas. Pegue aqui o meu cartão. Se precisar de rodas, sou seu homem - disse "Chas", entregando um cartão de visitas - mas, se aceita um conselho, tem lojas de jóias melhores que essa no shopping. Aqui, você só vai achar coisa vagabunda. Reabriu há pouco tempo, depois de um incêndio, mas nunca parece estar cheia. Se me perguntar, parece que é lavagem de dinheiro...



Quando entrou no Anima Gemma, sentia olhos sobre ele. Os olhos do segurança na porta o acompanharam ao entrar, e os olhos das duas ruivas também. Elas tinham enormes sorrisos brancos, mas seus olhos eram astuciosos, como se o estudassem. Depois que ele falou, elas se entreolharam brevemente, e manearam as cabeças uma para outra. Um movimento bastante leve, mas perceptível. Em seguida, uma delas pareceu apertar um botão oculto sob o balcão, e uma porta de ferro, mais aos fundos da loja, deu um sonoro "clack" de uma trava se abrindo.

- Tome aquela porta, e suba o primeiro lance de escadas. No primeiro andar, bastar tomar a primeira porta à sua direita. O Sr. Von Heinekein o estará esperando - disse a outra ruiva, toda sorrisos.

- E seja bem vindo - disse a outra.

Por trás da porta de ferro, havia um corredor que logo dobrava à direita. Nele, algumas portas fechadas. Pintura branca, portas de madeira, piso de linóleo, nada demais. Já depois do primeiro lance de escadas, a coisa ficava mais refinada: piso de madeira, uma pintura creme nas paredes, lustres, e alguns quadros. Uma música clássica, algo de Bach, tocava baixinho em alto falantes ocultos. A decoração do lugar lembrava vagamente algumas alas do lar de sua infância, o que não era uma das melhores memórias.

Spoiler:



A primeira porta à direita, conforme indicado pelas gêmeas, era de madeira, e dupla. Havia uma pequena plaqueta dourada dizendo Menager. Após a porta, havia uma sala tão suntuosa quando se poderia esperar de um escritório. Um grande lustre de vidro pendia do teto, pesadas cortinas vermelhas ocultavam as janelas, e algumas estantes de livros dividiam as paredes forradas em madeira ostentavam algumas pinturas de figuras que se tentaram retratar de forma imponente, bem como alguns brasões de armas. Seu treinamento na Ordem não fora completo, mas Elliot não deixou de ver alguns dos vários símbolos herméticos desenhados, de forma disfarçada, nas linhas daqueles brasões. Havia também alguns sofás estofados, e o um tapete, aparentemente persa, cobria o piso


No lado oposto à porta, havia uma mesa grande de madeira, do tipo de escritório. Sobre ela, uma luz de leitura, um telefone. alguns papéis e utensílios de papelaria, bem como duas cadeiras para visitantes. Sentado á mesa, em uma cadeira de espaldar bem alto, estava um homem branco e baixo, talvez com 1.60m, que aparentava algo entre 30 e 40 anos. O cabelo castanho em cuia já tinha saído de moda, mas parece que ninguém o havia avisado. Usava um óculos redondo pequeno, terno cinza com uma gravata negra, e um anel grande no anelar esquerdo. Quando Elliot entrou, levantou os olhos de um pedaço de papel ofício, e ajeitou os óculos sobre o nariz. Tinha uma expressão levemente cansada, entediada, talvez. Mas sua voz era calma, e seu tom monocórdio, quando disse.

- Boa noite, Sr. Ward. Fico feliz que tenha atendido a esta convocação, ainda que um pouco tardiamente. Willian Von Heinekein - Ele estendeu a mão, mas não para um aperto, e sim para indicar uma das cadeiras vazias à mesa - Como o senhor parece ter decidido fixar residência em Portland, creio que devemos conversar. No fim das contas, para o bem ou para o mal, nenhum de nós é um cidadão comum que pode viver sua vida como quiser sem que isso traga questionamentos. É um de nossos fardos. Naturalmente, estou também disposto a ouvir quaisquer questões que tenha a respeito da cidade, e a respondê-las no melhor de minha habilidade. E me parece bastante óbvio, dado seu histórico de vida, que algo além do clima provinciano o trouxe até este local, e como algo o trouxe aqui, estou certo que seus... objetivos, envolvem ou podem ser beneficiados por informação. Informação pode beneficiar nós dois. Podemos, aliás, começar nossa conversa precisamente com este tema: o que traz a Portland? - E o pequeno homem colocou os cotovelos sobre a mesa, juntando as pontas dos dedos.
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Mensagem por Elliot Ward Dom Jul 31, 2016 10:40 am

-“Não pretendo comprar nada, Chas... Nada mesmo.” Ele sorriu enquanto saia do carro tomando a direção do local.
 
...
 
Passou por entre as duas garotas, colocando um cigarro por entre os dentes quando começou a avançar pelos corredores. Não se importava muito com o local, então não perdeu seu tempo observando-o. Não queria estar ali, só havia ido para deixar algumas coisas claras. Obvio, isso lhe traria mais problemas, porém, não sabia viver de outra forma, sabia? Ele riu sozinho enquanto passava pelo corredor mais chique e empurrava as portas pomposas de mais um senhor pomposo. Ao colocar os pés no local, fez questão de levar o isqueiro aceso até o cigarro, dando uma longa tragada e guardando o isqueiro no bolso do terno.


-“Não se incomode em levantar. ” Disse em tom sarcástico quando viu que o homem nem sequer se mexeu quando ele entrou.  Parou ao lado da cadeira, ignorando o movimento do homem quando apontou onde poderia se sentar. –“Não tardiamente... Um mago nunca se atrasa... Tampouco se adianta. Ele chega exatamente quando pretende chegar.” Sorriu, dando mais uma longa tragada e procurando algo no que pudesse bater as cinzas do cigarro.


Deu uma volta nos calcanhares observando a sala enquanto o homem a sua frente tagarelava e então voltou-se em sua direção. –“Vocês são sempre enxeridos, não? Querendo saber o faço, pra onde vou, ou o que quero. Bom, eu decidi me aposentar. E por que não esse localzinho pacato e afastado de problemas, hum?” Pigarreou antes de continuar. –“Não tenho interesse em suas politicagens e encheção que vocês têm por aí. Então aqui vai meu acordo. Eu não piso no calo de ninguém, não me meto em encrenca e não chamo a atenção. E vocês não torram as minhas malditas bolas, o que acha?” Tragou o cigarro novamente, esperando a resposta do homem.
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Mensagem por The Oracle Sex Ago 05, 2016 11:14 pm

- Hehehe - sorriu o homem, ao ouvir a citação do personagem de Tolkien. Não era um sorriso amplo, mas era um sorriso, e até que parecia genuíno - muito bom. Não ouço um mago citar Gandalf, o Cinzento, já há algum tempo. Era mais comum quando a trilogia do Senhor dos Anéis estava nos cinemas.

Enquanto Elliot olhava para a sala, o homem abriu uma das gavetas de sua mesa, tirou um cinzeiro (que parecia ser feito de prata, e decorado com arrebescos, talvez árabes), e o colocou sobre a mesa, próximo de onde Elliot jazia, em pé. Willian ouviu a réplica malcriada do Órfão sem alterar em nada sua expressão. Quando terminou, ele disse, com a voz no mesmo tom que tinha antes, não hostil, mas tampouco amigável:

- Hummm, compreendo... Noto que existe uma possibilidade real do senhor não mais voltar, depois de abandonar este prédio. Assim sendo, sugiro que me conceda alguns minutos do seu tempo, para que nada fique sem ser dito. Não creio que estes minutos atrapalharão sua agenda, e eu detestaria a ideia de que houve um entendimento parcial da situação, mas, claro, a sua Vontade lhe ditará o que fazer, incluindo me ouvir ou não. No fim das contas, somos Despertos, e a soberania da Vontade nos é sagrada. E as consequências dela, inevitáveis. O convite para se sentar continua válido.

- Eu sei que sua relação passada com a Ordem não foi das melhores. E sim, não acharia estranho que alguns dos membros tenham tratado a sua... situação, com exagero injustificado. Não foi algo banal, mesmo para os nossos padrões. Todavia, me parece bastante claro que eu não fui um de seus algozes, dado que nunca nos encontramos antes. Neste momento, Sr. Ward, eu não sou seu inimigo. Não tenho, até agora, razão para sê-lo, e certamente inimigos não são algo que busco levianamente por aí. O sr., por outro lado, pode optar por me enxergar como um, ou pode até optar por me transformar em um. É a sua Vontade que ditará isso. Tudo o que eu tenho seu, até o presente, são relatórios e declarações de terceiros. Agora, o Sr. começa a me fornecer atitudes. As primeiras não estão sob seu controle, as segundas, sim.

- Seguindo adiante, eu não diria que a Ordem é "encherida". Nós não "queremos" saber o que o sr. faz ou para onde vai, nós efetivamente sabemos. Mas a razão desse esforço está muito longe da mera curiosidade. Existe responsabilidade envolvida. Veja, Sr. Ward, levar uma vida comum, fazendo o que nos der na telha, não é algo que esteja dentro de nossas possibilidades: suas, minhas, ou de qualquer outro Desperto, simplesmente porque nós não somos pessoas comuns. Seria preciso muita desonestidade intelectual para pensar dessa forma.

- Todas as Tradições têm responsabilidades com a orientação e a proteção dos Adormecidos. Isso é uma das diretrizes mais antigas do Conselho das Nove Tradições Místicas. E se um Desperto se mostra uma ameaça aos Adormecidos, apenas outros Despertos podem fazer algo a respeito. Por isso, qualquer mago é vigiado por seus pares, faça ele ou não parte das Nove Tradições, e se este mago tem um histórico de prejudicar Adormecidos, como é o seu caso, esta vigília se torna mais intensa. As ações de um mago também podem prejudicar a imagem de todos nós, ante os demais, digamos, "atores" da realidade místika, ou seja, suas ações não tem efeitos apenas sobre você, Sr. Ward. Elas podem afetar o modo como toda a comunidade místika é vista, e isso pode nos prejudicar, ou ajudar, fortemente. Logo, não espere que outros não olhem o que o sr. está fazendo.

- Isso é algo genérico. No seu caso específico, há mais. Seu potencial envolvimento com os Decaídos, e com a Tecnocracia, justifica uma vigilância mais cuidadosa, da mesma forma que justifica a aplicação de medidas mais extremas, se for o caso. Se o sr. não compreende as razões disto, estou disposto a explicá-las, e acredite, não falo isso com sarcasmo. Não duvido que, aqueles que lidaram com o sr. no passado, não tenham se dado ao trabalho de elucidar pormenorizadamente a situação, e creio justo que o sr. seja capaz de saber as especificidades de sua situação. No fim das contas, a Ordem tem uma parcela de responsabilidade no acontecido. Na melhor das hipóteses, nós não vimos algo que deveríamos ter visto. Então, justo ou não, gostemos ou não, o Sr. é responsabilidade nossa. E nesse momento, eu sou a pessoa em posição de observar esta responsabilidade.

- Em suma, Sr. Ward, sua declaração de intenções de "não pisar em calos, não se meter em encrenca, e não chamar a atenção" não pode ser considerada suficiente, por si só. Simplesmente lhe esquecer ou ignorar, não é uma opção. Esse é um fato da sua vida e da minha, e por mais que nenhum de nós esteja satisfeito com isso, é o que é. O sr. pode negar este fato, ou pode se adaptar a ele, mas nenhuma destas duas atitudes irá mudar o fato em si.

- Isso nos leva a sua alegação de aposentadoria em um local pacato. É uma alegação bastante extraordinária, dada sua vida pretérita, e como tal, difícil de acreditar. Note, eu não estou fazendo juízo de valor de suas intenções, mas por tudo isto que acabei de falar, simplesmente aceitar sua palavra não me é, neste momento, uma opção. Assim, não teria outra alternativa a não ser tomar esta alegação extraordinária como falsa. Isso me obrigará a pensar porque o sr. estaria mentindo, a imaginar quais seriam os objetivos reais que tenta esconder por trás desta mentira, e a usar dos meios disponíveis, para me assegurar que tais objetivos reais não são perigosos. Pode ser que, no fim das contas, o sr. queira mesmo se aposentar e eu tenha um monte de trabalho em vão, mas terei de ter este trabalho de qualquer forma, se persistir em sustentar tal alegação. Especialmente porque há alguns estudos que evidenciam que sua vida não estará isenta de reviravoltas, no futuro próximo.

Nisto, o homenzinho abriu uma gaveta, tirou alguns papéis, e os colocou displicentemente sobre a mesa, à vista de Elliot. Ele não havia estudado o suficiente para interpretar aquilo, mas sabia reconhecer: mapas astrais. Seu nome estava no topo de uma das folhas.

- O irônico é: os mapas não dizem que o senhor vai buscar situações inusitadas. Diz apenas que elas acontecerão. Pode até ser que o sr. queira mesmo se aposentar, e o Destino acabe empurrando-o para algo fora do comum, contra sua vontade - ele riu sem humor, e continuou - Por outro lado, se o sr. tem um objetivo legítimo lhe trazendo a Portland, este objetivo talvez até seja mais verossímel que uma "aposentadoria precoce". Sei bem que nossos Eus Místicos, não raro, nos levam a buscar coisas que nós mesmos não sabemos o que são, e que o Destino costuma nos empurrar em direções que não prevemos ou desejamos. É parte dos fardos que vêm com o Despertar.

- Se for este o caso, Sr. Ward, o sr. pode encontrar apoio para alcançar estes objetivos, não apenas em mim ou na Ordem, mas junto aos outros membros da comunidade místika deste local. Conforme a maré da Guerra da Ascensão vai ficando mais e mais desfavorável a nós, os magos naturalmente se irmanam mais, e mesmo Órfãos como o sr. não estão excluídos desta irmandade, a não ser que assim o desejem. Altruísmo é bom, mas necessidade também cumpre o papel de motivar as pessoas a se ajudarem mutuamente.

- Nós, que aqui já estamos, não pensamos em Portland como "nosso territoriozinho onde ninguém mais pode brincar". Esse senso de territorialismo é típico de Garous ou Cainitas, não de magos. Pelo contrário, o sr., tal como qualquer outro Desperto, é livre para aqui seguir seus objetivos como quiser, e inclusive buscar ajuda para tal entre nós. Mas se houver evidência que seus objetivos irão nos prejudicar, direta ou indiretamente, nem eu nem qualquer um ficará indiferente a isso. Não sei quanto ao sr., mas a mim isso parece um arranjo bastante justo. O sr. pode reconhecer os valores da vida em comunidade, ou pode preferir o estilo "lobo solitário". Mais uma vez, é sua Vontade quem o guiará nisso, mas ambas as opções tem custos, e consequências. Como tudo o mais na vida.

- Bem, creio que isso abarca todos os pontos. Compreendo que foi um discurso longo, e agradeço por seu tempo. Como disse antes, estou disponível para elucidar, no melhor de minha habilidade, qualquer ponto que o sr. deseje elucidar. Caso contrário, podemos definir como será nossa relação a partir de agora, supondo que o sr. já tenha formado sua convicção.

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A Ovelha Negra ao rebanho retorna Empty Re: A Ovelha Negra ao rebanho retorna

Mensagem por Elliot Ward Dom Ago 07, 2016 7:03 pm

-“Para ser sincero, não gosto de senhor dos anéis. Apenas concordo com as palavras proferidas. ”
 
 Bateu as cinzas sobre o cinzeiro que o homem havia colocado sobre a mesa. Ele permaneceu em silêncio enquanto o homem falava. E claro, ele apenas confirmou tudo que ele mesmo havia acabado de dizer, e ainda explicou como a ordem tinha a arrogância de se achar responsável por qualquer merda que eles achassem que que deveriam manter sobre controle. E em seguida entrou no lance das Tradições místicas e toda aquela baboseira da qual fugiu para nunca mais voltar. Elliot ficou ali parado, em pé e em silêncio, salvo pelos barulhos da brasa crepitando na ponta do cigarro quando ele tragava e o som da fumaça sendo exalada. Quando falou sobre responsabilidades, ele apenas sorriu, mais uma vez julgando a prepotência e arrogância do homem a sua frente, que traduzia é claro todas as tradições, não era algo exclusivo dos Herméticos, mas especialmente neles e em como acreditavam encabeçar o conselho das tradições. Aquilo tudo era baboseira, é claro e por um breve segundo ele não conteve o próprio riso, quando liberou um leve e rápido gargalhar.
 
-“Me desculpe, é que eu sempre perco meus lados nessa parte do discurso de vocês, mas continue...”
 
Ele permaneceu com o cigarro entre dos dedos, enquanto ouvia o que o homem dizia. E quando por fim terminou, ele apenas apagou o que restara do cigarro, no cinzeiro a frente.
 
-“Eu disse que se não me encherem o saco, eu não encho o de vocês. Quer botar um vigia na minha porta vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana? Azar o seu, amigo. Agora você disse que eu não preciso estar sozinho, a menos que queira, mas porque não é sincero uma vez na vida. Você só me quis aqui para saber quem eu era, para concluir se o que dizem de mim é verdadeiro. Seria mais fácil ter perguntado isso diretamente, não exigido uma visita.  Afinal, territorialíssimo não é coisa dos Sanguessugas e dos Meninos Lobo? Eu sou o novo vizinho, bata a minha porta com uma torta. Me convide para um chá. Mas você é só mais um que se esconde atrás da máscara das tradições. E na realidade? Eu não me importo, assim como nunca me importei com vocês e esse complexo de Divindade que vocês têm. A verdade, é que você já me esperava como encrenca em potencial, não digo inimigo, pois você sabe bem que não ofereço muito mais risco do que uma criança com um garfo perto de uma tomada. Mas você se deixou levar sim pelo que ouviu ao meu respeito, caso contrário, essa história seria diferente. E quer saber? Todos os boatos, lendas e tudo que corre a respeito de Ward, é verdade. E todo mundo que costuma andar comigo por tempo de mais, acaba morto. ”
 
Parou para tomar um ar, enquanto tirava um novo cigarro da carteira ao peito, acendendo-o.
 
- “A bem da verdade, é que eu não me importo e nunca me importei. Meus interesses são meus e se você como disse, SABE de tudo, então continue com sua bola de cristal e poupe meu tempo. Pois eu não tenho sobra deste para perder com diálogos inúteis. Dispenda seus homens, faça a vigília. Descubra o que quiser e como quiser. Continue com seus jogos de tradição, eu realmente não me importo. ”
 

Ele se virou caminhando na direção da porta, virando a cabeça para trás quando tocou a maçaneta. –“Só não seja uma pedra no meu sapato, caso contrário, eu posso vir a me tornar um pouco mais do que simplesmente impertinente. No mais, como disse antes, não pretendo ser problema para vocês. ” Abriu a porta saindo do aposento. –“Quanto as suas leituras, você está um passo adiante.  Sabe mais do meu futuro do que eu mesmo, então apenas faça o que tem de fazer. ”
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A Ovelha Negra ao rebanho retorna Empty Re: A Ovelha Negra ao rebanho retorna

Mensagem por The Oracle Dom Ago 07, 2016 10:39 pm

- Uma pena que seus "amigos" não podem entrar aqui, Sr. Ward. Eles provavelmente se divertiriam com essa pequena explosão de bravado. E os Deuses sabem que, na situação miserável deles, um pouco de diversão ajuda a tornar a não-vida menos pior. Tenha um bom dia. - foram as últimas palavras do homem.

Elliot não compreendeu o que aquele idiota quis dizer. Ele tinha a opção de ir cuidar da vida, ou de usar o silêncio do corredor para pensar nisso. A primeira opção era infinitamente mais atrativa. Mas havia algo de estranho ali. Algo estava fora do lugar.

Era o silêncio.

Ele não ouvia nada.

Seus antigos companheiros. Nenhum deles estava ali, naquele momento. E essa foi a primeira vez em anos.
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Mensagem por Elliot Ward Seg Ago 08, 2016 11:34 pm

Deu de ombros, batendo a porta atrás de suas costas e levando o cigarro aos lábios. Malditos sejam! Malditos sejam seus nomes e o de seus filhos. Quem eles achavam que eram? Se enfiaram em minha casa, me tiraram de meu sossego, me trataram como um maldito messias, até o momento em que viram o tamanho da cagada! A esta altura, já havia perdido tudo, sua família, suas coisas, seu dinheiro, sua preciosa Emma. E infernos, não era por esse motivo que estava ali afinal? Não fez tudo que fez até agora, apenas para garantir o conforto que sua irmã merecia? Agora ele tinha poder para mantê-la a salvo e pelos malditos infernos, onde ela havia se enfiado? Ela estava perto, ele sentia isso em sua pele, em como ela os pelos eriçaram quando o maldito avião pousou. Em como se sentiu quando algo a fizera bem. Ela estava bem, não estava? Ele podia sentir. Ela estava feliz, não completamente, mas o suficiente. Foi então que se deu conta das palavras do maldito homem engomado, sentado atrás daquela maldita mesa pomposa, em seu maldito escritório, ou o que infernos aquilo fosse. Ele estava sozinho, as vozes, elas haviam parado. Nada estava ali, nada o acompanhava. Era como ter sua mente para si novamente, ele havia aprendido a se concentrar, deixar que os malditos idiotas que tiveram a insana ideia de seguir Elliot Ward, de fora de sua cabeça. Ele estava sozinho e aquilo, que era para deixa-lo em paz, não o fizera. Ele sabia que não merecia aquela paz. E ao menos quando os malditos idiotas gritavam em suas orelhas, ele podia esquecer o tempo que despendeu cuidado dos próprios assuntos, deixando Emma e o resto da família de lado, o silêncio que era para lhe trazer paz, apenas lhe trouxeram mais tormento.
 
 -“Eu falhei com você Emma, falhe com nossos Pais. Falhei com a sua tutora. Falhei em todo maldito lugar que me enfiei. Tudo que eu fiz foi pensar em mim mesmo por todos esses anos. Como eu puder ser tão filho da puta e egoísta. ”
 

Ele apertou as têmporas, com o cigarro já pela metade entre os dedos, apertou o passo em direção a saída. Ele precisava sair dali, precisava que os espíritos voltassem a gritar em sua orelha, precisava daquele tormento, para livrá-lo de seus próprios pensamentos. E da culpa. De toda aquela maldita culpa.
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Mensagem por The Oracle Dom Ago 21, 2016 1:33 pm

Enquanto Elliot andava, cada vez mais rápido, uma risada se fez ouvir. Uma risada grave, profunda, que ecoava como se estivesse em uma caverna. Um aroma de enxofre a acompanhava. Ele conhecia aquela risada. Ela vinha para atormentá-lo de tempos em tempos. O dono dela parecia fortemente interessado em atormentá-lo.

Não pôde evitar olhar por sobre o ombro, e se arrependeu imediatamente de fazê-lo, pois ele estava lá, como sabia que estaria. Seu fraque formal, completo com gravata borboleta, bengala e cartola, não disfarçava as garras, a pele rubra do rosto, e os dentes afiados, que formavam um sorriso malicioso. A cartola, ao menos, disfarçava os chifres. Aquela era uma das muitas formas em que ele se apresentou ao longo dos anos. E nem essa, nem nenhuma delas, era a verdadeira, Elliot sabia. Pensou em tapar os ouvidos, mas seria inútil. Já havia tentado isso antes.

- Se consumir em culpa evita que você tenha que tomar alguma atitude, não é? - disse a entidade, rindo ainda - Auto-comiseração pode ser uma saída, ainda que a saída de um covarde. Infelizmente, esta porta está fechada para você, Ovelha Negra, porque no fundo, você não se importa. Pode tentar enganar a si mesmo, mas não conseguirá enganar a mim. Sim, você falhou com muitos, e falhará, mas não se importa com eles, nem se importará. Você gostaria de sentir dor, culpa e arrependimento, pareceria o certo, mas não sente, e logo, poderia parar de fingir ser o que não é. Ou talvez, algo realmente importante tenha que lhe ser tirado, para que você possa, finalmente, compreender o que é a dor, e o arrependimento. E a culpa...

Elliot apertou mais ainda o passo, passando pela loja de gemas em disparada, e logo estava do lado de fora. Lá, seus companheiros o esperavam, acusando, gritando, como sempre. Isso era nostálgico, era normal, e ele não mais ouvia a voz do demônio. Chas estava lá também, encostado no carro, fumando. Ele era quase um desconhecido, mas ainda assim, o rosto mais amigável que tinha visto o dia inteiro.

Havia outras pessoas lá fora também.


Última edição por The Oracle em Sex Ago 26, 2016 9:48 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por The Oracle Dom Ago 21, 2016 2:03 pm

Continua aqui.
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