Diversão e descanso para os Despertos. Ou não...

Oliver e Faust rapidamente saíram do bar. Se a garota loira era para ser levada a sério, a situação pedia velocidade.

Por sorte, nenhum dos funcionários do restaurante os abordou sobre contas a pagar, possivelmente por eles estarem em grupo. Sair do estacionamento com o carro de West foi também igualmente simples. E ambos ganharam as ruas escuras da zona portuária, que poucos metros depois daquela área de bares, danceterias e restaurantes, conhecida como Downtown, já mostrava sua decadência.

A rua que a garota havia indicado era escura e sem saída, ladeada por grandes armazéns abandonados de ambos os lados. No fundo dela, há um carro parado, com os faróis ligados apontados na direção deles. Apesar da luz contra dificultar a visão, parecia haver alguma movimentação próxima do carro. Pessoas andando, que pareceram estacar ante a visão do outro carro chegando.

Quando se aproximaram, o Akasha e o Eterita puderam ver que o carro realmente era uma picape cinza, um tanto surrada, e Oliver imediatamente reconheceu a garota loira. Ao lado dela, estava um grande e com aspecto de halterofilista, com barba e cabelos ruivos. Assim que eles se aproximaram e puderam ser vistos, a garota pareceu um tanto aliviada, e gritou:

- "Rápido, rápido! Na caçamba!"

Quando os dois magos se aproximaram da traseira da picape, a cena que se descortinou não era bonita. Ali haviam três homens: um adolescente careca magricelo de sobretudo, um sujeito grandalhão, vestindo um traje esporte fino, e um outro adolescente, vestindo roupas rotas, com cabelo cortado ao estilo militar. O grandalhão e o adolescente de roupas rotas estavam banhados em sangue, com o líquido rubro escorrendo pela caçamba da picape, e pingando lentamente no chão imundo da rua. O grandalhão parecia inconsciente, mas o adolescente estava desperto, ao menos parcialmente. Respirava com grande dificuldade e gemia, com a cabeça apoiada no colo do careca, que murmurava alguma coisa ininteligível para ele.

Este adolescente, Faust pôde facilmente notar, tinha uma larga ferida de lâmina no lado direito do abdômen. Fígado, estômago, talvez uma parte do diafragma (o que explicaria a dificuldade respiratória), parece que por muito pouco a aorta não fora atingida. Parecia ter sido atingido por um golpe de machado. Aquele ferimento era letal: mesmo que chamassem uma ambulância, é improvável que houvesse tempo para chegar ao centro cirúrgico. Como aquele garoto conseguia permanecer consciente, era um mistério. A hipótese mais cabível seriam drogas estimulantes.

O grandalhão, entretanto, estava num estado tão ruim quanto, mas seus ferimentos eram muito mais estranhos. Do quadril até a altura do peitoral, ele tinha três cortes paralelos. Cortes irregulares, feitos provavelmente por uma lâmina meio cega. Ou talvez por ganchos. Era bem feio, e sua face lívida indicava que ele havia perdido bastante sangue. Mas, aparentemente, nenhuma grande veia havia sido atingida, nem os pulmões ou coração. Ele talvez conseguisse sobreviver, se tratado a tempo.

Oliver foi em silêncio pelo curto caminho, descendo do carro rapidamente quando encontrou viu Kate e seu bando:

  -"Ei kate -disse Oliver, assentindo positivamente com a cabeça para cumprimentar o outro cara - viemos o mais rápido que... CARAMBA!" (a exclamação final se deu quando ele viu os três caras bem mais do que estrupiados. Para começar, ele estava esperando um moribundo e não três, e aqueles ferimentos...) Sem promessas, mas meu amigo aqui é bom no que faz e eu vou ajudar como puder também.


  Por sorte, eles haviam escolhido um local discreto o suficiente. Oliver conhecia um efeito muito cabível para o momento, mas ainda não o havia tentado. Bem, dizem que não há momento melhor do que agora, certo? O jovem Akasha sacou seu rosário budista e se pôs a entoar o mantra WAH YANTEE, extraindo energia das contas de madeira para abrir o tercero olho e aguçar sua intuição ao máximo. Quando sentiu a elevação do seu ki, ele se concentrou na energia vital dos feridos, voltando sua visão não para suas respirações e batimentos cardíacos atuais, mas futuros. Quantos deles estarão vivos daqui a uma hora? Amanhã? anos à frente? Era essas respostas que ele tentava extrair, usando a visão do terceiro olho. Não demorou muito até ele falar novamente:

  -"Kate, nada no futuro do seu amigo indica que ele vá morrer em um futuro próximo, vai ficar tudo bem. O outro cara, que deve ser o parceiro do Ezio, é outra história - oliver falava em uma altura na qual Faust e os outros também pudessem ouvir, para não ter que se dirigir separadamente a alguém - Existe um futuro no qual ele vai estar morto até o fim do dia de amanhã. Já você - disse ele, olhando para o careca com o cara no colo - ah, você não chegou a ser ferido, ok. Kate, o que aconteceu? Acho que a essa altura você já sabe que não tem os motivos convencionais para filtrar a resposta da minha pergunta, né?

  É evidente que isso deixou Oliver confuso. Sua primeira impressão ao olhar para o trio é que todos haviam passado por uma máquina de moer carne, mas era só o sangue espalhado dando esse efeito.

Pequeno ritual, rolando arete duas vezes.

O membro 'Oliver Gray' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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#1 'D10' : 3, 6

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#2 'D10' : 9, 10

Ter sua esperança de virada da situação escapando pelos seus dedos, literalmente foi um balde de água fria, mas esta era a cena. Estava o detetive olhando sua arma que agora parecia longe demais e uma mulher com olhar de muita satisfação à sua frente. 

- Admira é?
- Talvez em outra situação teríamos nos dado bem

     O olhando para a arma agora, lembranças vieram a sua mente, e se não apenas se parecesse um gladio? Havia muita informação a processar no momento e aquela não era a mais importante, a mulher era uma profissional no que fazia e o arrependimento de não ter notado isso antes batia forte. 

     Um Stracci está acostumado a ver mortes de variados tipos, muitas das vezes acostumado a provocar tais mortes, um euthanatoi pode ver pessoas que deviam estar mortas, interagir com elas, mas o que Ezio via agora fazia todas essas práticas parecerem brincadeira de criança, um passeio no parque. Sua transpiração aumentava e seu suor era frio, ainda que fosse um homem capaz de transparecer toda confiança e estar preparado para tudo, quem estava preparado para aquilo?!Havia um monstro enorme diante dele, perfeitamente preparado para destruir qualquer coisa, um monstro que ele só tinha ciência de ver nos cinemas. Ser um mago dava-lhe a suspeita de que existia algo a mais neste mundo, mas presenciar era uma experiência totalmente diferente.
Acanhado e levemente ofegante, falou:

- Olha...
- Eu podia jurar que quando você disse sobre arrancar a pele das pessoas...
- Não era literalmente

     Ainda em choque, viu que sua algoz agiria, contudo pensava não ter o que fazer, continuou paralisado vendo a coisa vir e foi, foi na direção errada, era quase inacreditável, se em algum momento sua  fé se abalou, ela ficara mais forte após o evento, sinal recebido.  

Como se estivesse ouvindo uma voz, sentia-se na capela da família.

"Sempre há alguém rogando por nós, Ezio. Nos momentos de aflição, chame por eles. Na vida, haverá ocasiões em que não vai ter como evitar uma batalha, quando isso acontecer, tenha coragem e faça a oração do Santo Guerreiro, faça-a desta forma..."

     O Stracci assustado ainda evitava transparecer todo o medo que sentia e começou a fazer o que qualquer um provavelmente estaria fazendo agora, orar. 
A voz vinha em sua mente ao mesmo tempo que proferia a oração, similar a não estar sozinho.

"... Ego accincti vitus et armis pro armas Georgii quo meis adversariis habendo pedes non mihi sequantur, habendo manibus non mihi capiant, habendo oculos non mihi videant et neque in cogitationes illes possunt mihi nocere."

(Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.)

Arete 2 
Efeito de Entropia 2
Gastando 1 F.V

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'D10' : 8, 6

Iniciativa

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'D10' : 10

"Ai, Ezio! Se for como nos cinemas eu estou ferrado!" 

    Seja como for, a oração parece ter surtido efeito. O fato de ter conseguido levar a situação até onde estava sabendo com o que estava lidando esse tempo fazia com que o detetive se sentisse orgulhoso de si, o que dava uma vontade absurda de sobreviver.

"Já chegamos até aqui, isso é provavelmente mais longe que qualquer Stracci já sonhou"

     O medo ainda não o abandonara, mas também não o impediria de agir. Nas situações mais caóticas a comédia tende a ser uma boa forma de lidar com o pânico.

- É muito tarde para lhe entregar o celular?  

     Foi na direção de sua arma como pode, a pegou no chão e disparou tanto quanto possível. 

- Desculpa por isso, vai doer mais em mim do que em você! 
"Tomara que não"

"Será que alguma coisa dos filmes está certa? Se estiver eu estou ainda mais enrolado" 

- DIABOS!!! POR QUE PESSOAS COMO VOCÊS ESTÃO ATRÁS DE MIM?!

     A cena mais parecia o final de O Resgate do Soldado Ryan, em que o capitão John H. Miller está com uma pistola atirando contra um tanque alemão que virava-se lentamente para ele.

Destreza + Armas de Fogo

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'D10' : 1, 10, 9, 1, 10, 5, 10

Iniciativa

O membro 'Ezio Stracci' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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'D10' : 3

Ainda que não fosse sua especialidade atirar daquela forma, ele fez o que podia ser feito. No momento em que Ezio pegou sua arma no chão, fez um rolamento e se colocou sobre um joelho segurando a arma com as duas mãos e com os braços firmes, acertar o tiro era muito importante, sua vida dependia disso. Contudo, sua posição permitia levantar-se rapidamente caso fosse preciso.

Uma pessoa normal, naquele tipo de situação, estaria com o coração acelerado. Uma pessoa normal sentiria-se desconfortável aproximando-se do carro contra a luz dos faróis, para algo que poderia facilmente ser uma armadilha, algo que poderia ser o fim de suas vidas - mas Dr. West não estava. Seu coração batia num ritmo estável, no mesmo ritmo estável em que sempre estava, e não havia preocupação em seu semblante ou em sua mente - o plano era o melhor que podia ter feito dentro dos limites oferecidos, e preocupar-se com coisas que estavam fora de seu controle era o tipo de comportamento que beirava a insanidade. Tudo o que precisava fazer era o que sempre fazia, a cada instante: re-avaliar situações e recalcular trajetos. 


Aproximou-se e passou os olhos pela loira e pelo ruivo. Reconheceu-os, ao menos vagamente, como aqueles que havia visto conversando com Ezzio no estacionamento e fez uma nota mental. (Narrador, consigo lembrar disso, presumo?)

Quando a loira gritou, Dr. West acelerou seu passo, contornando a picape em direção a traseira... e seus olhos se arregalaram muito, muito sutilmente. O doutor já havia viajado para lugares terríveis, participado de coisas nefastas, vistos coisas inexplicáveis, assistido, escondido dos arbustos, cerimônias proibidas para deuses esquecidos e feito anotações sistemáticas sobre sacríficios humanos - mas era a primeira vez que via algo tão estranho. Não se tratava só dos ferimentos: era o lugar, a caçamba, os orgãos expostos, o tipo das pessoas, o estilo dos ferimentos... alguma coisa ali simplesmente não encaixava. 

Ele apertou os dedos mais firmemente ao redor da maleta e olhou para Oliver - mas, ao vê-lo começar a rezar, simplesmente moveu-se em direção a caçamba. Jogou a bengala lá dentro de qualquer forma e ajoelhou-se em meio ao sangue, deitando a maleta de couro alí. 

Enquanto arrancava rapidamente o paletó e dobrava as mangas da camisa, perguntou: "O que aconteceu aqui? Eu preciso entender o que aconteceu se vocês esperam que eu trate desses ferimentos." - sua voz exigia uma resposta, mas não estava nervosa. Era firme. Calma. Decidida. Ele sabia o que estava fazendo. Estava plenamente confortável ali. Talvez fosse uma das poucas vezes que a sua total impassividade frente a tudo fosse bom - alguém, naquele tipo de situação, sempre precisa ser o olho da tempestade. Se ninguém mantém a calma, a chance de histeria é grande - mas não havia dúvida: Dr. West estava calmo. 

Enquanto ouvia a resposta, seus olhos correram pela cena em cima da caçamba. Na luz fraca, era difícil realmente enxergar - mas ele faria o seu melhor. (ROLAGEM DE PERCEPÇÃO + MEDICINA!). Tentou aproximar-se primeiro do adolescente - ele estava acordado, então mantê-lo consciente seria o ideal... mas parou, ao ser impedido pelo homem que o carregava. 

Dr. West não tinha tempo de discutir, de convencer - então avançou sobre o outro, arrastando a maleta junto de si. Precisava de luz, precisava de alguém para lhe passar as coisas... Mas não tinha, e não perderia um segundo que fosse reclamando. Abriu a maleta - aquela mala enorme, cheia de pendurricalhos, símbolos, ervas secas e dobradiças, que não tinha absolutamente nada de similar com o que se esperaria de um médico - e tirou de lá um bisturi, começando a cortar as roupas do homem. Precisava estabilizá-lo. 

Enquanto começava o processo, ouviu o que Oliver dizia para eles. 

"Precisamos levar estes dois para algum lugar onde eu possa trabalhar melhor. Há um armazém, o armazém n°7, não muito longe daqui. Eu posso ajudar ambos, até o garoto, mas não em cima dessa caminhonete." - argumentou, antes de focar-se no problema que tinha em mãos. 

(Rolagem primeiros socorros)

Quando, de súbito, o grandalhão interrompeu Dr. West e arrancou seu paciente debaixo dele, fazendo menção de pegá-lo no colo, o mago reagiu de imediato. As engrenagens de sua mente funcionavam rápido, e ele já havia entendido o que estava acontecendo: eles queriam se livrar do cara.  O sujeito havia se envolvido em alguma coisa obviamente sobrenatural, por culpa deles, havia se ferido, estava à beira da morte - assim como o adolescente que, independentemente do que Oliver dizia, estava nitidamente à beira da morte também - e agora os adolescentes queriam se livrar do problema. 

Mas Dr. West não ia permitir. 

A mão ensanguentada, magra e fria do médico fechou-se ao redor do pulso do grandalhão, seus olhos mortos, mas intensos, focando-se nos dele. "Vocês não vão se livrar disso." - decretou. Não era uma ameaça. Era um fato. "Existem milhares de câmeras nessa cidade. Essa caminhonete tem uma placa. Há sangue por todos os lados, e provavelmente uma trilha de sangue no caminho que vocês fizeram." - pequena pausa. 

" O homem é uma casualidade. Uma vítima inesperada. Acontece. Mas se ele morrer, vocês também estão implicados. Legalmente. Moralmente. E eu não sei o que, em mil infernos, meu colega viu no seu terço mágico - mas o garoto não está fora de perigo, ninguém está fora de perigo com tantos orgãos fora de um buraco, não me importa que tipo de criatura vocês sejam." - mais uma pausa, e ele continuou. Não conhecia aquelas pessoas, não sabia seus pontos fracos, não sabia que argumentos cairiam melhor neles - então estava fazendo todos os possíveis, um atrás do outro, na esperança - talvez vã - de alguma coisa os tocasse. 

"Se vocês nos chamaram, é porque se preocupam. Mas pegar um problema que vocês criaram e jogar no nosso colo não faz de vocês heróis - só os torna tão indiferentes e maquiavélicos quanto quem quer que tenha decretado a matança de alguns meses atrás. Suas mãos já estão sujas. Já é tarde demais." - apelou para a Noite do Desespero. Sua teoria era simples: havia sido um evento tão grande, e tão drástico, que independentemente do que fossem aqueles adolescentes, aquilo sem dúvida havia impacto o seu lado das coisas também. A Tecnocracia, afinal, não caçava exclusivamente magos. 

Faust soltou o pulso do grandalhão. "Agora, por favor, solte o meu paciente e me deixe trabalhar. E nos leve para o armazém!" - exclamou, pedindo e voltando os olhos para o homem de quem tentava tratar.


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Dr. West rola:

Percepção + Medicina, para diagnóstico. (Especialização: Physical Deconstruction)
Medicina + Raciocínio, para primeiros socorros.(Especialização: Physical Deconstruction)
Manipulação + Lábia, para convencê-los a fazer a coisa certa. (1 ponto de FdV) (Especialização: Aparentar Lógica)

O membro 'Dr. Faust West' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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#1 'D10' : 4, 6, 6, 4, 2, 1, 8

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#2 'D10' : 5, 2, 8, 9, 1, 5, 7

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#3 'D10' : 2, 8, 6, 8, 3, 1, 8

Dano Tiro

O membro 'Ezio Stracci' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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'D10' : 4

Dano Tiro

O membro 'Ezio Stracci' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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'D10' : 2, 2, 7, 2

Oliver rola carisma + lábia

O membro 'Oliver Gray' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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'D10' : 1, 4

O primeiro contato que West teve com o homem em traje esporte fino foi breve. A uma primeira olhada, ele obteve algumas informações. Os ferimentos do homem indicavam que, definitivamente, não havia sido uma lâmina. A pele nas bordas dos rasgos estava repuxada, indicando que fora algo menos afiado, e mais, que o ataque fora de baixo para cima, e com força o bastante para tirar aquele homem de talvez 90 kg do chão. Os rasgos laceraram várias costelas e músculos, mas aparentemente nenhum órgão vital ou grande vaso fora atingido. Se não fosse a óbvia imensa brutalidade do ataque, Faust até estaria tentado a dizer que o atacante fora cuidadoso. Ficar preso em ferragens talvez causasse um efeito como aquele, embora isso fosse uma racionalização: parecia se tratar de um ataque de animal, conforme os jovens haviam dito, mas apenas um urso ou tigre poderia causar aquilo. Havia ursos na região, até onde sabia, mas no meio da cidade?

Nos primeiros momentos de contato, ele pôde colocar a cabeça do homem em posição adequada, desobstruir suas narinas (que tinham sangue seco), e desenrolar a língua. Tomou a pulsação com a ponta dos dedos, e confirmou o diagnóstico de perda de sangue. Aquele homem não iria morrer nos próximos minutos, mas certamente nas próximas horas, se nada fosse feito.

E então, o marombado ruivo avanço, fazendo menção de pegar o moribundo no colo. Oliver Havia acabado de dar sua sentença ignominiosa. E West fechou seus dedos magros em torno do pulso grosso do garoto. Na face do ruivo, seu olhar encontrou um olhar de voltar. Um olhar agressivo, orgulhos, de olhos verdes, um olhar que sustentou os olhos mortiços de West por dois segundos, antes de se voltar para a garota loira que o Akasha chamara de Kate. Em verdade, o careca também voltou os olhos para ela. Até mesmo o maltrapilho moribundo parou de gemer, como se quisesse ouvir.

Oliver estava mais próximo dela, e provavelmente era o único capaz de realmente vê-la. E naquele momento, viu que a garota tremeu, levemente. Sua testa franziu, e seus lábios encolheram. Bem, aparentemente todos estavam colocando uma decisão de vida e morta  nas mãos dela, o que parecia bastante insano, dado que a garota não deveria ter mais de 17 anos. Ela pareceu pensar por intermináveis segundos, um tempo no qual o ruivo não saiu de perto do moribundo.

Até que, finalmente, ela deu passos decididos até chegar perto de Faust, o segurou pela gola (ela não era especialmente forte, então, não como se o tivesse puxado. Apenas segurou), e olhou profundamente em seus olhos. Os olhos daquela garota estavam aterrorizados, e ao mesmo tempo decididos. Naquele momento, Oliver percebeu claramente uma perturbação no ki do local. Aquelas pessoas definitivamente não eram normais. Algo sobrenatural estava em curso.

Dois segundos depois, a garota soltou a gola do Eterita, e disse:

- "Você não é tocado pela Wyrm" - ela falava alto, mais alto do que seria necessário falar para que West escutasse àquela distância - "Vamos deixar vocês nesse tal armazém, e lembre-se de deixar claro para o detetive que não deixamos seu parceiro morrer como um cão"

De imediato, o ruivo soltou o moribundo, e se dirigiu ao banco do carona, enquanto a garota se dirigia ao banco do motorista da picape. Nisso, um tiro se fez ouvir na noite escura, não muito longe dali.
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A cena toda poderia fazer parte de um filme, supondo que Ezio fosse o mocinho. O monstro tentou atacá-lo brutalmente, mas tropeçou e caiu. Em seguida, o detetive agilmente rolou no chão, pegando sua pistola no meio do rolamento, e se ergue gloriosamente para um tiro vencedor. E de fato o tiro foi certeiro, mas não atingiu bem como deveria. Havia um problema, Ezio agora notava, em atirar em um inimigo coberto de pêlos: tem-se uma impressão errada de onde termina a carne, e onde os volumes são apenas pelagem. Ezio mirou no pescoço, mas seu tiro foi apenas de raspão, levando um tudo de pêlos de uma "juba" que a criatura apresentava.

Com a adrenalina a mil, Ezio pôde notar, em sua visão periférica, que a garota dentro do carro parecia estar sofrendo um ataque de pânico (bem, quem poderia culpá-la?), e o comparsa da "mendiga" estava de olhos arregalados, e parecia sem saber o que fazer. Aquilo definitivamente parecia não estar seguindo como o planejado.

A monstruosidade não pareceu sequer sentir a bala, mas sua face lupina se contorceu num esgar de raiva monstruoso, e seus punhos se fecharam e bateram no chão, com força o bastante para rachar um pouco o asfalto, enquanto ela rosnava audivelmente. era difícil ler as expressões em uma face que não era mais humana, mas Ezio poderia jurar que aquela criatura estava fazendo um esforço fenomenal para se controlar, após sua patética queda e de ser atacada. E para sua sorte ou azar, pareceu ser bem sucedida, pois conseguiu abri os punhos, pegar o facão que estava no chão ao lado dela, e se levantar. Aquela luta por auto controle pareceu ter dado a Ezio alguns segundos de tempo, já que a besta não fez mais nada, mas quando seus olhos amarelos (que brilhavam levemente ante a luz dos postes da rua) se fixaram nele, revelaram uma enorme ira.

Agora, monstro e detetive estavam na rua, hã três metros um do outro. Pistola apontada, facão erguido. De quem seria o próximo movimento?





A Garou rola absorção:
A Garou rola Fúria:

O membro 'The Oracle' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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#1 'D10' : 9, 10, 4, 8, 8

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#2 'D10' : 3, 5, 2, 9

Garou rola iniciativa:

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'D10' : 5

Alguém tentar perceber algo:

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'D10' : 2, 5, 5, 4, 8, 10

"O que diabos é esse bicho? Ah, Ezio! O que você esperava?! Isso é certamente mais forte que um urso e eles resistem a esses tiros"

     Se ao menos o mago soubesse alguma coisa sobre aquele ser, mas estava lá, sem a menor ideia do que fazer entre um monstro e uma garota perturbada, se o capanga estava surpreso porque as coisas não saíram como planejadas, certamente Ezio não trocaria uma boa foda por uma batalha com aquilo, era uma pena mesmo que a moça estivesse daquela forma, entretanto havia preocupações maiores agora. O pior é que agora começava a lhe parecer uma luta sem propósito, não tinha algo maior? Era só sobreviver?


- Eu não quero machucar você! 
"Eu também não acho que conseguiria"

     Disse ao ver a ação da coisa tentando se controlar e em seguida pegando a faca.

"Por que ela precisa tanto dessa faca? Só que ela tem de garras já me mataria, eu sei que ela não quer me matar" 

     Rapidamente ele olha para os lados, busca uma rota, sabia que não dava para correr mais que a criatura, no entanto, ganhar tempo apenas para estar próximo à festa, eles provavelmente não agiriam lá. 

- Sabe?! Eu realmente gostaria de tê-la conhecido em outra situação! 

O detetive corre para trás do seu carro. Tira o celular do bolso e diz:

- Era isso o que você queria?! 

Joga o celular na direção dela

"Pega, totó!"


     Tenta se aproveitar da situação de uma leve distração enquanto ela pega o celular para disparar na direção em que houver mais pessoas. Ainda empunhando a arma, sabia que virar as costas para um inimigo não era uma boa coisa, contudo tinha a leve esperança de talvez conseguir virar para atirar se necessário.

Destreza + Esportes

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'D10' : 1, 4, 4

Wyrm ?

Ocultismo + Int

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'D10' : 9, 8, 9, 2, 10, 5

Após ser sumariamente ignorado, Olver sacou o celular e enviou o seguinte sms para granger:

   -"Oi, está tudo certo com a gente. Faust está tratando o ferido mas, além dele, ninguém mais está em perigo. Vamos nos ver o mais rápido possível depois disso e eu conto as coisas com mais detalhes".


  Aí veio o tiro. Por si só, ele teria dado menos atenção a ele, mas então veio o rugido. Alguma coisa ficou muito puta da cara depois do tiro, e isso era bem digno de nota, embora os outros não tenham notado:

   -Hum... pessoal? Alguma coisa parece ter levado um tiro aqui por perto e o rosnado que ela deu não foi nada humano. Só avisando, para o caso de alguém querer fazer algo a respeito.


   Enquanto fazia esse comentário, ele mandava um segundo sms para Granger:

   -Vocês provavelmente não ouviram daí por causa da música, mas em algum lugar aqui perto atiraram em alguma coisa e essa coisa deu um rugido que deixaria um leão no chinelo. Avise o pessoal, é melhor não sair do bar por enquanto. Se forem fazer alguma coisa, me liga.

Percepção + prontidão

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'D10' : 2, 5, 8, 9, 3, 7

Garou testa Destreza+Esportes

Garou testa Fúria

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#1 'D10' : 2, 10, 3, 6, 7

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#2 'D10' : 5, 4, 9, 10

Iniciativa

O membro 'Ezio Stracci' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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'D10' : 2

Garou rola iniciativa.

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'D10' : 7

Quando a garota avançou para ele, Dr. West não se mexeu - não se mexeu tanto por não ser do seu feitio esboçar reações muito rápidas a qualquer coisa, como por não ter percebido, para ser honesto, que ela estava se aproximando: estava praticamente em cima de um homem moribundo e dilacerado, segurando o pulso de um ruivo nervoso que provavelmente poderia quebrar seu pescoço com três dedos - sua atenção, que já não era nenhuma maravilha, estava bastante ocupada. 

Mas não demonstrou surpresa - talvez mais por incapacidade do que qualquer coisa - e soltou o pulso do homem, encarando a adolescente que lhe segurava a gola. A posição era desconfortável, e Dr. West parecia provavelmente algum tipo de aracnídeo deformado, tendo que se equilibrar em cima da caçamba e tendo a gola agarrada por uma menina menor que ele que estava no chão, mas o médico não reclamou. Ele a observou de volta, e talvez Kate pudesse perceber, no meio de seu medo e de sua decisão, que o médico estava... curioso. Toda a dinâmica do grupo, o jeito como todos olhavam para ela, era tudo tão... interessante. 

Quando veio a resposta, e a garota o largou, a palavra "Wyrm" ecoou no cérebro de Dr. West - formando pontes, formando conexões, mas ele não tinha tempo para trazer aquelas conclusões a um plano primário em seu cérebro: tudo acontecia por trás, nas engragens por trás da cortina. 

" - É uma decisão sensata, Srta. Kate. Obrigado." - respondeu, com aquela calma insuportável. " - Me é permitido salvar a vida do seu amigo?" - questionou. Não estava sendo sarcástico, mas talvez parecesse. Ele ouviu o tiro, mas não deu importância.

Ele deu importância, entretanto, ao que Oliver dizia - seus olhos pousaram sobre o Akasha por meio instante, para o peito do homem sobre o qual ele estava... E Dr. West não disse nada. Teria sorrido, talvez, se fosse capaz - ele adorava quando as peças se encaixavam.

- "Vou precisar da sua ajuda, Sr. Gray. Deixe as feras da noite para depois, por favor. Consegue segurar uma lanterna para mim durante a viagem? "

Garou testa ataque.

O membro 'The Oracle' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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'D10' : 8, 10, 1, 7, 6

Quando o detetive arremessou o celular, a coisa arregalou os olhos amarelos. Deu um passo para frente, e sua enorme mão peluda se fechou sobre o equipamento, pouco antes que ele tocasse o asfalto sujo da rua. Uma baforada que pareceu de alívio escapou das narinas da fera, e ela voltou novamente os olhos para Ezio, rosnando baixinho. Mas o plano havia dado certo: a coisa realmente se empenhara bastante em pegar o telefone, o que deu a Ezio uma janela de oportunidade para correr, o que ele fez sem demora.

Todavia, a balança da Sorte naquela noite estava um tanto caprichosa... o Eutanathoi iniciou uma carreira desabalada, mas nem bem deu dois passos, seu pé esquerdo deslizou no que deveria ser uma pequena poça de óleo. Ezio tombou ao chão, rolando sobre sua lateral, e recebendo um impacto no ombro no processo (1 ponto de dano contusivo). Caiu estatelado de costas, com os pés virados para a criatura. O mostro pareceu sorrir. Ou talvez estivesse apenas muito irritado. Era difícil saber, com aquela miríade de dentes afiados.

A criatura veio andando em sua direção. Seu andar era bípede, embora se apoiasse nas pontas dos "pés", e andasse um pouco curvada. E realmente, a figura peluda e massiva, com suas garras, presas, e aquele gládio em uma das mãos, era o suficiente para soltar a bexiga do mais corajoso dos homens. Ezio teve que se segurar para não demonstrar seu medo. Mas no fim, conseguiu. Os Stracci são conhecidos por rir na cara da Morte, e não seria ele a desonrar as tradições da Famiglia.

O monstro veio em sua direção, parando apenas para jogar o telefone no banco do motorista ao passar pelo carro. Conforme ia se aproximando de Ezio, falava. Sua glote não parecia muito adaptada a falar a língua dos homens: a voz era grossa e áspera, e a fala saía em palavras compassadas, não em um fluxo contínuo. Ainda assim, Ezio conseguiu entender perfeitamente o que ela dizia:

- "NÃO... ME... OBRIGUE!"

Quando a monstruosidade chegou a Ezio, sua enormidade cobrindo toda a visão do detetive, ergueu a pata esquerda, e tentou descê-la sobre o braço do detetive estendido no asfalto. O braço que segurava a pistola. Um pisão daquela coisa de 300 kilos certamente quebraria alguns ossos, e tornaria impossível usar a arma...

Mas, a balança da Sorte virou mais uma vez. Quando ela levantou a pata esquerda, não notou que a direita repousava sobre uma poça de óleo. Provavelmente a mesma em que Ezio havia escorregado. O monstro deslizou seu pé de apoio, perdeu o equilíbrio, e teve que colocar o outro pé no chão prematuramente, apoiando também a mão que não segurava o facão. Ainda estava em pé, mas estava sobre Ezio, numa posição extremamente vulnerável a um tiro à queima-roupa.
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Kate estacou quando ouviu o que Oliver disse, bem como o ruivo. Subitamente, o clima mais uma vez ficou pesado. Mas agora, a coisa foi rápida. A garota disse:

- "Determinado-como-a-Mãe, pode mandar seu amigo ir e ficar de olho? Só ficar de olho?"
- "Sim, Vida-Loka-yuf" - respondeu o careca, em seguida começou a cantarolar alguma coisa baixinho, sem soltar a cabeça do maltrapilho.
- "Não deveríamos...? - o ruivo disse, em tom interrogativo. Parecia um pouco incerto, e olhava para Kate.
- "Eu também quero acabar com isso, Canção-Rubra" - respondeu Kate, calma - "E quero a Glória tanto quanto você. Mas quero salvar a vida de Sangue-Ruim mais do que isso"
- "Isso... é sábio, Vida-Loka. Vamos salvar nosso amigo"

E entraram no carro, imediatamente ligando o motor. Kate ao volante, o ruivo no banco do carona, e Oliver auxiliando West na caçamba. O carro de Faust permaneceu abandonado na rua escura.

Coisa de cinco minutos depois, chegaram ao armazém que Boca-de-Cabêlo indicara. Realmente, era um local caindo aos pedaços, aparentemente abandonado há anos. Aguardando na porta, estavam três indivíduos. Dois deles, West rapidamente reconheceu, seguiam o estilo do capanga padrão dos Falcone: grande, burro, e mal-encarado, certamente também endividados ou jurados de morte (talvez as duas coisas). Ah, e vestidos com jeans, suéteres verdes e uma boina marrom, que parecia uma espécie de uniforme deles. Sujeitos desprezíveis que, se não estivessem sob as asas daquela família, estariam presos ou mortos. O tipo de gente que deve, sabe que deve, e sabe que os Falcone lhes deram uma chance que ninguém mais daria. Gente que está em dívida com a família, e que rapidamente descobrem que os Falcone cobram zelosamente suas dívidas. Nos olhos daqueles capangas, sempre havia um vago olhar de desespero.

O terceiro, todavia, era algo mais. Parecia mais velho que os outros, pelo menos na faixa dos 40. E era maior também. Aquele sujeito devia ter pelo menos dois metros de altura, ombros tão largos e braços tão grossos que chegava a ter um aspecto simeano. Seu rosto tinha muitas e profundas marcas de expressão, ladeadas por costeletas, com olhos negros fundos, e um cabelo cinza rareando, oculto sobre um chapéu. Usava uma calça jeans e um paletó, que certamente havia sido feito sob medida, não por sua aparente qualidade, mas apenas porque nenhuma loja normal teria roupa para um homem de tais proporções animalescas. E o volume do lado esquerdo denunciava que o homem tinha algo bem volumoso guardado ali. Estava mascando alguma coisa, recostado na parede próximo da entrada do armazém, e quando os faróis do carro os iluminaram, ele se desencostou dali e veio em direção ao carro. Seu andar era curvado, lento e pesado, o que acentuava o aspecto gorilesco. E a luz dos faróis revelou outro detalhe: as mãos do homem eram imensas, mesmo para seu tamanho avantajado. Dedos grossos e calosos, entremeados por juntas grosseiras e proeminentes, terminados em unhas que deveriam ter o tamanho de post-its, guarnecendo palmas que provavelmente poderiam segurar um melão inteiro, e cujas pele tinha um aspecto coriáceo. A estrutura física do homem sugeria até mesmo algum caso de atavismo.

O sujeito estava com um palito na boca, que passava de um lado para o outro nos lábios. Olhou para todos inquisitivamente, e depois pousou seus olhos em West.

- "Casa cheia, hein, doutor? Não sabia que o Sr. gostava tanto de garotos... Bem, se seus... escoteiros todos se comportarem, vai ser uma noite bem tranquila. Caso contrário, se alguém que deveria estar deitado quiser se levantar, se é que o Sr. me entende, os rapazes já estão com a gasosa a postos. A sala no segundo andar está pronta. Testamos luz e água, mas não deu tempo de passar uma vassoura no lugar, espero que não se importe. E claro, se precisar que alguém se sinta incentivado a falar, sou seu criado"

E nisso, ainda andando naqueles passos pesados e vagarosos, ele deu a volta no carro, se aproximando da caçamba. E ao fazer isso, ergueu levemente as sobrancelhas, dando um longo assovio.

- "Uau, essa festa deve ter sido de arromba! Pena que não me chamaram. Se esses aí passarem de hoje, o Sr. é um milagreiro, doutor. Mas eu não acredito em milagres. Quer que já chame um Butcher Joe*?"


Os "goons" pegaram o "parceiro" de Ezio no carro, e começaram a levá-lo para dentro do armazém. Todavia, os jovens não fizeram menção de fazer o mesmo com o maltrapilho. Kate se dirigiu a West, e disse:


- "Pro meu amigo, só um estimulante basta, doutor. A coisa mais forte que você tiver aí nessa maleta. Aí nós nos viramos."

Quando levaram os moribundos para o armazém, a desolação interna do prédio era a mesma que a da parte externa, mas o local ao menos estava vazio, exceto por quatro galões de gasolina e uma espingarda calibre .12 encostados em uma das paredes. Uma escada de madeira ainda inteira levava a um mezanino, onde uma sala mostrava uma luz acessa. Nessa sala, havia uma grande mesa de madeira, do tipo em que se faz reuniões. Havia também uma pia de metal, com uma torneira improvisada a partir de uma tubulação exposta. O local não estava exemplarmente limpo, mas pelo menos não estava imundo como o resto do armazém.

*gíria comumente usada dentro da Cosa Nostra para designar os que se livram de corpos. Via de regra com ácido.

O plano ia bem, parecia ter dado certo, Ezio não estava muito preocupado com o que ia acontecer ao celular, queria apenas sair dali, com vida principalmente. Contudo, alguma coisa aparentemente não concordava com os planos do Stracci, aquela poça, como acreditar nisso? Naquele momento tão crítico escorregar em uma poça. O detetive foi ao chão, seria cômico se não fosse trágico, já o chão, tudo o que pôde fazer foi virar-se para ver sua morte vindo calmamente em sua direção.

     Pequeno e insignificante, um homem de terno preto que outrora inspirava confiança e era importante de alguma forma estava no chão duro e frio contemplando a face da morte, ela não parecia ser rápida ou indolor e ouvir sua "Voz"?...

"Essa coisa fala?!"

... certamente tornava tudo muito pior. Ainda que seu coração parecesse querer sair pela boca e fosse impossível conter a transpiração, ele não demonstraria o medo, poderia morrer, mas seria como um Stracci. 

     Incrível como as coisas acontecem na vida, poucos instantes atrás uma poça de óleo parecia ter decretado o fim do Detetive, naquele momento tornava-se sua melhor chance. Tudo ocorreu como um flash em sua mente quando a lobisomem caiu. 

"- Um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar, Ezio?
- Não naturalmente, Matteo "

Nada naquele cenário era natural, o Stracci entendeu o que estava acontecendo e isso o encheu de confiança.

"Vocês nunca me abandonariam, não é mesmo" 

     Com a criatura em queda na posição perfeita para um tido a queima roupa, mais do que rápido repousou a ponta da pistola no peito do ser procurando acertar seu coração, olhava com firmeza e frieza dentro do olho daquela coisa e então Ezio disse:

- Requiescat in pace

Agora aperta o gatilho.

Destreza + Armas de Fogo
-1 F.V

O membro 'Ezio Stracci' realizou a seguinte ação: Rolar Dados

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'D10' : 2, 2, 2, 8, 2, 3, 1