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Reencontros, e novos encontros.

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Mensagem por The Oracle Ter Mar 07, 2017 3:49 pm

Os dois jovens conversavam dentro do carro, enquanto West se mantinha entretido com o Google Glass. De início, Emma seguiu o táxi de Chas, já que o óculos e seus mapas não estavam ainda disponíveis, mas depois de alguns minutos de ajustes, West pôs a coisa para funcionar. De fato, o equipamento ainda mantinha suas funções originais, e as imagens de Realidade Aumentada tinham uma nitidez bastante surpreendente. De toda forma, o taxista tomava a rota descrita pelo Google Maps no mais das vezes, apenas desviando dela para pegar alguns atalhos que não apareciam no mapa. O homem parecia hábil em sua profissão.

Quando Emma parou o carro, no ponto em que West indicou, o táxi seguiu adiante mais um pouco, mas logo parou, e deu ré. De dentro dele, saltou um Elliot com cara de interrogação.

Com seu sobretudo marrom-claro, chapéu de feltro e cara de poucos amigos, o irmão de Emma parecia se encaixar muito bem naquela parte da cidade, se ela voltasse uns 50 anos no tempo. Estavam em West End, próximo ao hospital (haviam passado pelo Mercy há uma quadra atrás). Curiosamente, cruzaram no caminho com várias casas que certamente eram de gente abastada, inclusive algumas mansões em estilo vitoriano, mas aquela parte final de West End... bem, digamos que não era um local que muita gente andaria tranquila durante a noite. Não viram nada específico, mas o estado de cuidado das ruas e objetos públicos, os rostos das poucas pessoas que passavam apressadas pelas ruas, a dose um pouco maior de lixo espalhado nas calçadas, os cães vira-latas aparentando estarem doentes, tudo dava uma sensação vaga de inquietação.

E pobreza.

E falta de esperança.

O local onde pararam era a frente de um restaurante de esquina. Um restaurante chinês. Isso ficava bem claro pelas espalhafatosas lanternas que adornavam a porta, ladeada por também espalhafatosos dragões chineses esculpidos em madeira. A pintura multicolorida deles estava descascando, faltava um dente no da esquerda, e o da direita havia sido pichado com a frase "Meu pau é maior que isso" (uma pichação sinuosa, acompanhando o corpo sinuoso da estátua. O "artista" responsável tinha alguma habilidade). Aqueles dois dragões, aquele local como um todo, parecia uma corruptela, uma troça, da venerável casa de chá onde Oliver tomara seu portal. "Long Dong Dinner", era o nome do local. Estava aberto, embora não parecesse ter nenhum cliente àquela hora. Ainda assim, o cheiro de frituras em óleo velho se fez sentir, misturando-se ao aroma azedo de maresia, trazido pela brisa. Uma música oriental qualquer tocava lá dentro. E Oliver sabia que era japonesa, e não chinesa.

O dossiê falava de um beco. Não havia becos ali. Mas a arquitetura do restaurante sugeria que pudesse haver um nos fundos.

Quando o grupo se dirigiu até os fundos do prédio, de fato ali havia um beco. Apenas uma passagem apertada, que dava em uma porta de metal, entreaberta. Uma luminária apenas iluminava o local, de forma precária, mas o zumbido deixava bem claro que as moscas haviam dominado o local. E o aroma nauseabundo de restos de comida deixava claro o porque das moscas terem tomado para si aquele território.

Dentro do beco, um rapaz negro, de uns 20 anos, trajando calça e camisa brancas (e manchadas), e botas e luvas de borracha, jogava dois grandes sacos de lixo em uma caçamba. Ele olhou para o grupo estranho parado na saída do beco, com uma cara de poucos amigos, terminou o serviço com os sacos de lixo, e fez menção de voltar pela porta entreaberta.
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Mensagem por Oliver Gray Ter Mar 07, 2017 10:43 pm

Oliver não tinha nada contra ou a favor de áreas urbanas, embora gostasse dos espaços abertos, da altitude e de conhecer todos ao redor, como ocorria no ninho de dragão do qual ele veio. Mesmo não desgostando de cidades, ele estava com uma sensação muito negativa com relação àquele local, embora não soubesse especificar exatamente o que lhe causava o mal estar.
Ao chegar no beco, ele decidiu esperar o rapaz passar pela porta e sair de vista, para depois começar a se mexer. Feito isso, ele se virou para os companheiros:

- "Vou tentar extrair impressões sobre o lugar e sobre o momento fatídico. Por favor, bloqueiem a visão dos passantes e protejam meu corpo".

   Dito isso, ele vai até o meio do beco e se senta no chão em posição de lótus. Com uma das mãos, ele faz o sinal Gyan Mudra. Com a outra, ele toca algum objeto de metal nas proximidades, seja uma barra de ferro, a tampa de uma lixeira, ou o que estive disponível. Na posição, ele começa a recitar um mantra, que Emma talvez conheça como o mantra do conhecimento e da sabedoria. 

off: o efeito se destina a ter vislumbres do passado e será um pequeno ritual, almejando um máximo de 5 sucessos e tentando enxergar o que aconteceu com o corista. Os focos são um mantra e um sinal de mãos destinado à recepção de conhecimento e o contato com o elemento chinês do metal, para ajudar a filtrar a minha busca a acontecimentos naquele local que carregam uma forte marca sensorial de tristeza.
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Mensagem por Oliver Gray Ter Mar 07, 2017 11:03 pm

Rolando:

Dois testes separados de arete e um de percepção + consciência.

Gastando um de força de vontade para garantir um sucesso e um de quintessência para baixar a dificuldade para quatro.
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Mensagem por The Oracle Ter Mar 07, 2017 11:03 pm

O membro 'Oliver Gray' realizou a seguinte ação: Rolar Dados


#1 'D10' : 7, 2

--------------------------------

#2 'D10' : 7, 4

--------------------------------

#3 'D10' : 4, 5, 3, 9
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Mensagem por Dr. Faust West Qua Mar 08, 2017 12:18 pm

Quando o carro os deixou próximos ao restaurante, West calmamente desceu do veículo, segurando sempre a maleta em uma mão e a bengala na outra. Ajeitou a própria camisa, mas a ação não ajudou muito sua aparência – era difícil não parecer meio bobo quando você já usava óculos e estava vestindo um Google Glass por cima do próprio. O lugar não lhe incomodava – a pobreza, a miséria, a falta de esperança. No mundo em que viviam, lugares que não eram como aquele é que realmente causavam estranhamento.

Ele observou enquanto os outros faziam menção de se afastar, e lembrou-se brevemente do por quê preferia trabalhar sozinho. “ - Se puderem aguardar um segundo.” – sugeriu, enquanto erguia a mão da bengala até o óculos, apertando um botãozinho da lateral. Preferia muito mais o próprio óculos, mas, bem… Era o que tinha, naquele momento, e não havia outra forma de fazer o que precisava ser feito – Faust precisava alcançar outros espectros da visão, ou aquele tipo de coisa seria impossível.

Mas o local estava estéril. Ele soltou um “hm” intrigado, antes de olhar em volta, pousando os olhos na sombra do orfanato a distância. Aproximadamente cento e cinquenta metros… Ele havia se arrastado até o beco.

Olhou para os colegas e acenou afirmativamente com a cabeça, como que dizendo que podiam prosseguir na caminhada até o beco. Não fazia seu estilo pensar em voz alta, mas seu estilo e seu conforto pessoal eram menos importantes do que o sucesso da empreitada. “ - Se um moribundo alvejado repetidas vezes se arrastou mais de cem metros até aqui, sem dúvida existe ou existiu algo de especial nesse beco.” – comentou.

Por mais natural que fosse a eles que buscassem informações por vias mágikas, Faust pensava um pouco diferente: se ele fosse um mago de sabedoria aceitável e quisesse esconder algo em algum lugar… Mas seus pensamentos foram interrompidos por Oliver. Ele acenou com a cabeça de forma impaciente, olhando brevemente em volta, depois para Emma, que havia parado pouco antes de si mesmo, e retornou ao próprio fluxo de idéias.

Se sou um mago e desejo esconder algo de outros magos, eu não farei isso de forma mágika. Eu esconderei da forma mais mundana possível, já que magos, por natureza, dão prioridade a seus sentidos místicos. Aquela era uma via de investigação. A outra, era que o que quer que Samuel houvesse buscado naquele beco, ele o houvesse feito justamente por estar moribundo, justamente por estar numa posição de entre-estar no mundo físico e no mundo além. Uma espécie de… chamariz. Talvez uma promessa de vidas além?

“ - Hm.” – soltou Faust, pensativo, o dedão da mão direita alisando a aliança por dentro da palma. Conferiu o horário na bengala – não teria tempo de fazer uma investigação tão aprofundada e detalhada quanto gostaria, mas, bem…

O mago levou o dedo aos botõezinhos na lateral do óculos, e apertou-os algumas vezes – era um pouco difícil calibrar exatamente o que ele queria, utilizando os óculos de seu mentor ao invés dos próprios, mas teria que ser o suficiente. Não era nada realmente drástico, também – buscava apenas resquícios de atividade magika, traços de atividade espiritual intensa, particulas de matéria que se destoassem das que estavam ao seu redor, e a intersecção entre estes: se as encontrasse, decidiria se valia a pena uma investigação mais aprofundada da questão, ou não.

“ - Pode segurar minha bengala para mim, por favor?” – perguntou para Emma, estendendo-lhe o objeto.

Enquanto isso, aproveitando que Emma estava de guarda e Oliver estava meditando, o doutor pôs-se a caminhar tranquilamente pelo beco, observando as coisas – o chão, as latas de lixo, as paredes. Chegou a erguer alguns sacos até. Talvez houvessem símbolos, ou marcas. Talvez o sangue no chão não houvesse sido limpo de forma adequada. Talvez… Haviam opções demais. Enquanto fazia tudo isso, Faust foi tirando fotos com o Google Glass – seria bom para analisar com calma depois.


SISTEMA: Duas rolagens: 1) Arete dif 5 para usar a percepção de Espírito, Matéria e Primórdio. 2) Percepção + Investigação. West não tem Investigação. Não sei a dif, mas...
@page { margin: 2cm } p { margin-bottom: 0.25cm; line-height: 120% }
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Mensagem por The Oracle Qua Mar 08, 2017 12:18 pm

O membro 'Dr. Faust West' realizou a seguinte ação: Rolar Dados


#1 'D10' : 7, 10

--------------------------------

#2 'D10' : 9, 8, 2
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Mensagem por Emma Woolf Qua Mar 08, 2017 3:14 pm

Emma seguiu falando - não com eles - por algum tempo, tecendo um dialogo que alguém teceria por exemplo, com um colega de quarto, o problema é que apenas ela aparentemente escutava o que a coruja respondia - se é que respondia alguma coisa - enquanto discutiam coisas como horários, compromissos e o que fazer com a casa em que iam, por algum tempo pelo menos, morar.

O carro de Emma tinha um cheiro peculiar: não um cheiro ruim ou estranho, mas um cheiro de flor, algo parecido com incenso só que mais forte e mais "puro" por assim dizer, ainda que não desse para identificar exatamente de onde o cheiro vinha.

No retrovisor do carro, pendurado por um cordão estava uma Trishula (Lança de Shiva), algumas coisas de Emma estava espalhadas por aqui e ali, como livros e anotações, mas nada realmente que valesse nota.

Quando o carro parou, a jovem retirou a chave da ignição e abriu a porta, ainda que não entendesse exatamente por quê: o local, até onde sabia, teria sido o destino final do homem o qual julgavam agora ser um fantasma com acesso ao seu avatar, mas se pretendiam vê-lo...?

Os meninos pareciam muito interessados pelo beco, mas ela observou com atenção o sujeito que se afastava, depois de jogar o lixo fora, mas voltou seu olhar na direção de West. - Ou estava muito assustado e tentando se afastar o mais rápido possível do local do ataque. - Afirmou, antes de suspirar, ela sorriu, aceitando a bengala: se aquela coisa não fosse um espada disfarçada, talvez devesse avisar a West que aquilo estava fora de moda. Talvez.

Sua atenção foi em direção ao carro, enquanto um ritualizava e o outro fuçava o lixo, de encontro aos olhões amarelos de Vaýu. Foi quando teve uma pequena ideia. Voltou-se a coruja, enquanto abria a porta do carro, para que o animal pulasse para seu braço.

- Faça-me um favor, sim?- Disse-lhe. - Voe, não vá muito longe, você enxerga bem à noite, tente ver algo na direção do orfanato, qualquer coisa que lhe parecer estranha, mas não vá para lá, ok? Não vá longe. Nem para lá. Volte logo. - Disse, esperando o pássaro levantar voo, antes de voltar sua atenção na direção da dupla.

- Acho que talvez não seja uma boa ideia. Vamos acabar chamando atenção desnecessária pelo horário.
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Mensagem por The Oracle Qua Mar 08, 2017 5:00 pm

O rapaz negro adentrou pela porta de metal e a fechou atrás de si, com uma força um pouco maior que a necessária. Logo em seguida, uma pequena vigia na porta deslizou para o lado, e os olhos do mesmo se tornaram visíveis. Observou o bando de malucos por mais alguns segundos, e em seguida, fechou a vigia.

Estavam sozinhos, finalmente.

Elliot parecia entediado, mas quando ouviu o pedido de Oliver, deu de ombros, se recostou numa das paredes fora do beco, e começou a assoviar. A melodia que saía de seus lábios era terrivelmente irritante. Inexplicavelmente irritante. Emma (a única fora do beco, além de Elliot), notou um casal que vinha apressado pela calçada, mas que, ao entrarem no raio de audição do assovio, atravessaram a rua, ao invés de passar por eles.

Enquanto os demais executavam suas tarefas, Emma dava instruções à coruja. Falar com o animal fez seu irmão olhar para ela e erguer uma sobrancelha, mas não parou de assoviar. Após ouvir o pedido, Vaýu bateu as grandes asas, e desapareceu na noite.

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Faust localizou algumas coisas interessantes em sua rápida busca. Não havia sinal de sangue, mas havia alguns restos de traços de giz no chão. Ele já tinha visto suficientes fotos de cenas de crime em seu trabalho como legista para saber que aquilo eram marcações da posição de um corpo. Sammuel, aparentemente, havia morrido bem próximo da caçamba de lixo, onde o rapaz havia jogado os sacos agora há pouco. Achou também, num canto do beco, como que varridas para ali, algumas velhas faixas amarelas, daquelas que a polícia usa para isolar cenas de crime. De resto, parecia haver apenas lixo, principalmente um insalubre lixo alimentar do restaurante. E também sua dose de ratos e baratas. Ratos bem gordos e lustrosos, que arreganhavam os dentes em desafio, antes de correrem para longe.

Mas do "outro lado", a coisa era um pouco mais interessante. Áreas urbanas decadentes como esta não costumam ter rastros de quintessência livre (áreas piores ou melhores poderiam ter), mas aquele beco tinha. Alguns pontos, em especial perto do local onde fora achado o corpo, brilhavam no espectro peculiar que é domínio das eterdinâmica. Eram apenas rastros, desvanescendo. Provavelmente não iam durar mais muito tempo, mas agora, indicavam, muito provavelmente, que algumas mágicas de Primórdio poderosas (e descuidadas) foram executadas ali. O ponto onde as emissões eram mais fortes tinha formato circular, mais ou menos do tamanho da base de um copo, e estava a coisa de um metro e meio de onde o corpo do profeta foi encontrado. Parecia uma pequena fonte de chamas prateadas, ou talvez uma névoa luminosa, escapando do chão. Ao bem da verdade, com os efeitos adequados, ele provavelmente poderia extrair alguma Quintessência dali. West localizou esse ponto apenas depois de levantar umas caixas velhas, e espantar um trio de ratos. Na verdade, um rato físico, e dois umbrais. Espíritos-ratos. Estavam ali ao redor deste ponto. Mas de resto, não havia forte atividade espiritual na área, além dos tradicionais espíritos do Padrão, aqueles que parecem aranhas bizarras. Espiritualmente, a área era bastante estéril, o que poderia ser explicado pela espessa Película do local.

____________________________________________________

Alheio a estas ações, Oliver se esforçava para esvaziar sua mente. Seus batimentos foram se reduzindo, os pensamentos, as preocupações, deixaram de existir. Ele deixou de existir, para então, sem as barreiras do Eu, poder enxergar o Todo. Estando vazio, estava apto a ser enchido pela informação que queria. As névoas do Tempo começaram a se desfazer à frente dos olhos de sua alma, e ele viu o que buscava.

A noite estava nublada, e chovia um pouco. Uma chuva leve, porém de aspecto oleoso. Ele estava sentado naquele beco imundo, e notou duas coisas, de imediato: um clarão amarelado, provavelmente um incêndio próximo, refletindo no céu, e a noite inundada pelos sons de sirenes, e gritos, e motores, e disparos. Havia também uma sensação indefinida. Uma espécie de vibração, como uma tênue correnteza de resistência. Muito tênue para que fosse uma preocupação agora.

Um feixe de luz surgiu, repentinamente, dentro do beco. Parecia um rasgo na própria Realidade, e sob certos aspectos, lembrava o Portal de Hermes que ele mesmo usara naquele dia. Aquele rasgo parecia a boca de um túnel, e por este túnel, vinha uma figura. Ou melhor, duas. Uma delas era um homem idoso, magro, combalido, mas com olhos cheios de vida e esperança. Seu peito estava crivado de furos, mas havia vida em seus olhos. O outro que vinha pelo túnel, carregava o idoso, segurando-o por debaixo dos braços. Mas não era uma pessoa. Poderia ser descrito como uma forma enevoada, vagamente humanóide, que brilhava com uma luz fosca.

E tinha asas. Enormes asas enevoadas brotando das costas.

Mas a visão disso tudo foi muito breve. Um som vibratório intenso foi ouvido. O ser enevoado foi como que sugado para o outro extremo do túnel, aparentando ser destroçado no processo. E o idoso caiu no chão imundo do beco, tossindo e gemendo, bem ao lado de Oliver. O impacto pareceu ter aberto seus ferimentos, e o sangue começou a empoçar no chão.

O idoso, que correspondia à foto que Oliver tinha visto do Profeta Sammuel, tinha agora um olhar que era um misto de alarme e dor. Com esforço, ele se sentou, e recostou-se na caçamba. Respirava rápida e dolorosamente. Um som de motor se fez ouvir, e foi se tornando mais forte. Sammuel ergueu os olhos para a entrada do beco, engoliu um pouco de sangue, ergueu sua mão com dificuldade para os céus, e proferiu palavras trôpegas:

- "Fazei sair o povo que tem olhos, mas não consegue enxergar; e os que têm ouvidos, mas perderam a capacidade de escutar"

Ato contínuo, um veículo passou pela entrada do beco. Um poderoso holofote iluminou o fétido local, e fez Oliver piscar pálpebras que não tinha. Dois segundos depois, o veículo retomou sua marcha. O velho arriscou um breve sorriso, seguido de mais palavras trôpegas:

- "Eu te imploro, meu Pai, guia-me mansamente à águas tranquilas, para que possa cuidar de teu rebanho nesta hora de tribulação"

E fechou seus olhos. Parecia sereno agora. O ar a frente de Oliver pareceu tremeluzir, e de novas fendas no tecido da Trama, tênues raios de luz começaram a brotar. Um novo portal parecia prestes a se abrir. Mas, tão subitamente quando começou, o canal de desfez. Ato contínuo, o velho gritou, de uma forma como mesmo os múltiplos ferimentos não o haviam ainda feito gritar, e cuspiu sangue a uma grande distância. Seus olhos, alarmados, se voltaram para a porta metálica. Ali, por aquela pequena vigia, um par de olhos o observava. Olhos ladeados por uma tez negra. Olhos arregalados no mais profundo e desvairado espanto.

- "Vá embora, em nome de Jesus. Eu te imploro" - murmurou o religioso, limpando o sangue da boca. Seus olhos, pela primeira vez, vacilaram na esperança.

Mas o par de olhos na porta lá continuou.

O velho encostou a cabeça na caçamba, fechou os olhos, e suspirou. Olhou novamente para a porta, mas o par de olhos ainda estava lá. E a vibração, a resistência que Oliver sentia, se intensificou.

- "Seja feita a Vossa vontade, Meu Pai" - e suspirou novamente, fechando os olhos. Um segundo depois, os reabriu. Olhos agora transbordantes de determinação - "Mas se meu tempo de serviço chegou ao fim, a missão deve ser carregada por outros. Dai-me estas últimas forças, Senhor Jesus, pois És minha fortaleza, meu sustentáculo, meu libertador, e tudo posso, naquele que me fortalece!".

Olhou ao redor do beco, e Oliver sentiu aquele intenso olhar, como que perfurando seu Eu astral. Aqueles olhos pareciam estar vendo muitas e muitas realidades, muito além das paredes sujas e lixo espalhado do beco. E o velho sorriu.

Sua mão trêmula foi a um bolso interno do paletó, e de lá retirou um antiquado relógio de bolso, que segurou suavemente entre as mãos ensanguentadas. E ele começou a murmurar.

- "Sim, eu virei em teu auxílio, Maria, se me permitir o Pai. E também te darei o alívio que me for possível, pobre criança perdida. E lhes darei as palavras de esperança e conforto que o Espírito Santo puser em meus lábios, meus filhos e filhas. Eu os ouço, mesmo agora, na hora de minha passagem. Mas antes, devo executar um último dever, o mais importante de todos. Aquilo que está oculto, deve ser revelado." - nisso, seus olhos se voltarem para a porta, e a voz aumentou um pouco de intensidade. Provavelmente toda a intensidade que o moribundo era capaz - "abre teus olhos e enxerga, criança. Estes mesmos olhos que me condenaram. Mas não guardo rancor de ti, meu filho, e o Pai te perdoará, pois não sabe o que fazes. Mas observa a Glória de Deus agora. E este será meu presente para você" - voltando novamente seus olhos para o beco vazio, ele então disse - "e esta é minha mensagem para você, jovem, e para os teus. Ouçam todos os que têm ouvidos".

As mãos do homem, fechadas sobre o relógio de bolso, pareceram se acender em um glorioso fogo prateado, enquanto ele murmurava:

- "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte"
- "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós."
- "Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar"
- "Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo"
- "E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus nos chamou à sua eterna glória, depois de havemos padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoe, confirme, fortifique e estabeleça"
- "A ele seja a Glória e o Poder, para todo o sempre. Amém"


E a vibração, a resistência que Oliver sentia, aumentou. Era palpável agora, e queria fechar seus olhos a tudo aquilo que ele via.

As mãos sem forças do Profeta se abriram, e o relógio de pulso rolou delas, indo bater contra uma parede do beco. Novas feridas haviam se aberto no homem, em seu rosto e corpo, e o sangue vertia por elas. Alguma força havia golpeado sem piedade o idoso, rasgando-o de dentro para fora. Era impossível que ele continuasse vivo por muito mais tempo.

Seu corpo foi deslizando, da caçamba para o chão, e antes que a resistência se tornasse insuportável para o jovem Akasha, ele ouviu um último murmúrio: "estou indo, meus filhos. Que o Pai me conceda o Tempo para auxiliá-los a todos. Ainda que eu andasse pelo Vale da Sombra da Morte..."

E então a resistência se tornou grande demais. Oliver foi arrancado do fluxo do Tempo por alguma interferência massiva, e lançado com violência em seu próprio corpo.

Cinco minutos haviam se passado. Mas para Oliver, muito mais.


Última edição por The Oracle em Qui Mar 09, 2017 3:26 pm, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Oliver Gray Qua Mar 08, 2017 5:26 pm

Oliver voltou para a realidade atual. Não, talvez não fosse essa a melhor descrição do que aconteceu. Oliver foi arremessado de volta para a realidade atual. Voltar ao seu corpo, por assim dizer, foi como cair do terceiro andar de um prédio no chão duro. O peso de ver tudo que viu já era tamanho, mas algo interrompeu sua magia no meio. da execução.

   Atordoado, ele se levantou, apoiando-se na parede até reencontrar seu centro de equilíbrio. Ele olhou na direção dos companheiros e disse:

-  "alguma coisa interrompeu minha magia, alguma coisa forte. Talvez algo ou alguém saiba que estamos aqui agora. Mas eu vi e sei de tudo o que aconteceu nesse beco naquela noite".

   Oliver olha fixamente para um ponto no beco a dois metros de onde ele estava. Inicialmente, ele fez menção a ir até lá, mas, ainda tonto, não conseguiu firmar o corpo e continuou escorado na parede. Em vez disso, apontou para o lugar e disse:

-  "Ali, foi ali que o relógio dele caiu", disse olhando para West, quando percebeu que ele fazia uma busca pelo local.
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Mensagem por Dr. Faust West Qua Mar 08, 2017 8:49 pm

Dr. Faust West era um homem de pensamentos bastante lógicos, bastante analiticos – então conforme as coisas iam aparecendo, ele ia reconstruindo a cena da morte do profeta Samuel em sua mente: o contorno do corpo em giz no chão, as faixas amarelas usadas pela polícia para isolar a cena. Não era fatídico, no sentido de que as faixas podiam ser de outro crime – chegou até a pegá-las na mão e conferir, tentando identificar, pelo próprio estado de decomposição do plástico, um provavel tempo de permanência ali e assim inferir se podiam ser do assassinato de Ismael ou não… afinal de contas, precisava saber se o corpo tinha ido parar em um IML ou não. Aliás, eu diria mais: diria que aquilo era informação crucial.

Quando os restos de magia começaram a aparecer, West começou a anotar. Não anotava em papel, mas anotava em sua mente – ele parava e mexia os braços no ar, analisando o espaço, medindo distâncias, fazendo projeções. Considerando a quantidade de quintessência presente ali, considerando o tempo desde a morte do Ismael e inferindo que a quintessência estivesse se dissipando no padrão numa proporção comum da relação eter-matéria, provavelmente poderia inferir não só o nível de intensidade original da assinatura primordial, como, talvez, até mesmo conseguir identificar em linhas gerais o tipo de efeito realizado, apesar de ser claro que havia sido realizado com força, e as pressas.

West estava perto de uma das assinaturas mais fortes, de cócoras, com a maleta apoiada no chão – e virou o rosto na direção de Oliver, sério e atento, quando este voltou a si daquela forma súbita. Provavelmente, aquela reação era o mais perto de um susto que alguém conseguiria tirar de West,

Ele ouviu atentamente o que disse Oliver, e fez uma pequena pausa de forma mecânica, decidindo as prioridades da situação. Tirou do interior do terno um bloco e uma caneta – não se podia confiar na memória das mentes inferiores, e jogou-os para Oliver. “ - Anote tudo o que se lembrar, por favor.” – e então levantou-se, caminhando rapidamente em direção ao lugar indicado, para conferir se o relógio ainda estava lá.

Se estivesse, Dr. West o coletaria. Se não, não. De qualquer forma, retornaria para onde estava antes, ao lado de onde havia deixado sua maleta. Olhou para Elliot e Emma por cima dos ombros, e também para a porta. Não gostava daquele tipo de situação, não gostava da possibilidade de estar sendo observado sem saber o que o observava.

“ - Se vocês me conseguirem mais dois minutos, eu preciso de uma amostra, queremos realmente desvendar algo, e não apenas correr atrás dos próprios rabos.” – decretou antes de, sem realmente aguardar uma resposta, abrir a maleta.

West ajoelhou-se no chão, bem em frente ao resíduo principal, e pôs-se a trabalhar da forma mais rápida que podia enquanto se atentava. Retirou da maleta de couro marrom um tubo de ensaio vazio, uma lâmina de raspagem que se assemelhava bastante a um bisturi, um pedaço de giz branco e um tubo de ensaio cheio até a metade de um liquido esverdeado, com duas pedras diferentes no fundo, uma carmesim e uma preta.

Desenhou rapidamente um círculo com meio palmo de diâmetro em volta da base da marca quintessencial que enxergava e, seguindo as regras de proporção da matemática universal, baseou-se nas proporções da própria energia entre si para inferir o tamanho apropriado do triangulo que foi desenhado dentro do circulo. Ele desenhou no próprio ar o resto das linhas da pirâmide energética que envolveu o rastro de quintessencia – não era visível, mas bastava que ele houvesse desenhado, imbuindo o gesto e a perfeição geométrica de sua própria essência pessoal.

A partir disto, Dr. Faust – que movia-se rápido, mas em silêncio, quase como se estivesse numa linha de produção – abriu o tubo de ensaio com o liquido e com a ajuda de um conta-gotas pingou a solução no que seria o topo da pirâmide. O efeito era lógico para qualquer que enxergasse a situação como ele o fazia – as formas geométricas calculadas subjugavam uma porção daquela quintessência indomável, oferecendo a ela um padrão, uma possibilidade de se acalmar, o liquido a direcionava para o concreto no chão, dentro do triangulo, imbuindo-o com ela.

Ele poderia, é claro, ter simplesmente materializado aquele fragmento e guardado-o – mas preferia manter-se um passo na frente do paradoxo e suas maldições.

Caso tudo corresse bem, Faust usaria a lâmina de raspagem para raspar o concreto do chão, tirando ali um pouco de areia preenchida com a assinatura quintessencial daquele rastro, e guardaria-a no tubo de ensaio vazio para análise posterior.

SISTEMA: Acho que isso foi um efeito de Primórdio 2 (Enchant Pattern) + Matéria 1 ou 2. Seguindo isso, então seria um Dif 5? Ou 6 se acabar sendo vulgar… De qualquer forma, como Faust está tentando ser rápido, vou gastar 1 de FdV para garantir um sucesso e meter-lhe bala na rolagem de arete. Se rolei errado avisa por favor. 
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Mensagem por The Oracle Qua Mar 08, 2017 8:49 pm

O membro 'Dr. Faust West' realizou a seguinte ação: Rolar Dados


'D10' : 1, 1
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Mensagem por Emma Woolf Qui Mar 09, 2017 12:02 am

Emma - que mantinha um olhar no céu, procurando pela coruja e um olhar nos dois no beco -, teve sua atenção puxada totalmente de volta para Oliver, quando o rapaz pareceu afetado por algo, até o momento, desconhecido para eles. Houve um segundo breve de hesitação, antes da loira mover-se na direção dele.

Pôs uma mão no ombro dele e outro em seu rosto, olhando-o com alguma curiosidade e preocupação, desviou o olhar apenas para a direção que ele apontava, onde não havia absolutamente nada...

Então West simplesmente jogou o bloco e o lápis na direção do garoto. Aquilo... Aquilo sim era um problema. O que aquele sujeito que fazia tanta, tanta questão de se apresentar como "doutor" pensava? Que eles estavam ali apenas para servir suas débeis vontades?

- Vamos, vamos colocá-lo no carro.- Disse ela, ao ajudar Oliver a se levantar. - Seja lá o que ele deixou aqui, já não está mais, não vê? Foi levado.- Falou, achava que era um pouco de ingenuidade deles - West e Oliver - acharem que encontrariam qualquer coisa material de um ocorrido tão tardio.

- E seja lá quem levou, agora sabe que tem alguém procurando. Isso foi estupidez. Deveríamos ter vindo outrora, de maneira mais... Discreta, organizada, talvez.- Falou, sinalizando para que Elliot abrisse a porta do passageiro do carro, onde deixaria Oliver sentado. Voltou a olhar para cima, procurando Vaýu.

- Não é melhor irmos?
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Mensagem por Oliver Gray Qui Mar 09, 2017 12:19 am

Oliver, ainda meio tonto, se apoiou em Emma e seguiu para o carro. "Busque o centro, o equilíbrio", ele pensava. Como não estava fisicamente ferido, mas apenas desorientado, respirou fundo e se concentrou para afastar a tontura. No carro, após ouvir Emma, ele disse:

- "O que nos viu aqui, seja lá o que for, certamente também veria no orfanato. Mas daqui desse beco, apesar das proteções conjuradas, eu saio com a verdade. Eu sei de tudo que aconteceu com aquele mago. Não se deixe assustar por um encontro que provavelmente já foi garantido pelo destino".

   Essa é uma daquelas vezes que Oliver fala primeiro e pensa depois. Por algum motivo, sempre sai mais bonito assim. Aquilo era preocupante. Uma vez no carro, ele pratica exercícios de respiração para se centrar mais rapidamente.
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Mensagem por The Oracle Qui Mar 09, 2017 10:04 am

Elliot acompanhou Emma até o carro, embora tenha deixado para ela o trabalho de carregar o Akasha. Mas abriu a porta para ele entrar. Pouco depois de Oliver falar, o motorista do táxi, "Chas" Chandler, se aproximou. Parecia preocupado, quando se dirigiu a Oliver.

- "Hey, mate, você tá legal? Ia avisar que não era uma boa comer nesse lugar, mas vocês não pareciam que iam jantar... Quer que chame uma ambulância? Ou..." - disse, tirando uma pequena garrafinha metálica do bolso e a oferecendo a Oliver - "pode ser que isso aqui te levante. Parece um coice de mula, mas me ajuda a ficar de pé quando dá essas coisas."

Mas nisso, Chas deu um pulo pra trás, falando "Holy fuck!". Vaýu havia acabado de pousar espalhafatosamente no teto do carro. Olhava para Emma, e ela pra ele. Algum louco poderia até pensar que ela a coruja estavam conversando.
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Mensagem por Oliver Gray Qui Mar 09, 2017 10:22 am

Oliver, já um pouco mais centrado, mas com a cabeça tombada para trás no assento do carro de Emma, olhou para Chas e o respondeu:

- "Ei, cara, tá tudo bem. Vaso ruim não quebra fácil, haha". Ele aceitou a garrafa e deu um pequeno gole em seja lá o que tivesse dentro dela, devolvendo depois". Imediatamente com os olhos ardendo, para não falar na garganta, ele ainda conseguiu dizer um "obrigado, isso ajudou".

   Foi aí que, por sorte, as atenções foram desviadas dele, pois uma coruja enorme havia acabado de se juntar ao grupo.
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Mensagem por Dr. Faust West Qui Mar 09, 2017 12:07 pm

Faust não deu muita atenção para a movimentação de Emma e Oliver – precisava, no fim das contas, se focar naquilo e conseguir informações mais precisas quanto aquela quintessência abandonada…

… Mas não conseguiu. Não só não conseguiu, como pode sentir de forma clara sua própria falha, como o próprio padrão carregava-se de forma desagradável. Frustrado, o doutor recolheu seus próprios instrumentos e fechou a mala, levantando-se e movendo-se a passos largos até o carro onde estavam os outros.

Faust ia fazer algum comentário, averiguar se Oliver estava bem, se podiam continuar, insistir nas informações que ele aparentemente havia recebido, pedir sua bengala de volta, conferir as horas, decidir com base nisso se valia a pena irem caminhando até o orfanato para investigar o caminho – por mais improvavel que fosse qualquer resquício útil ali – ou se deviam entrar nos carros mesmo…

… Mas seus próprios pensamentos foram interrompidos pela chegada discreta da coruja. Faust contornou o carro até parar ao lado de Emma e estendeu brevemente a mão, pedindo sua bengala, antes de cumprimentar Vayú com um aceno da cabeça.

“ - O que ela nos conta?” – quis saber.

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Mensagem por Emma Woolf Qui Mar 09, 2017 1:01 pm

- Você sabe tudo que aconteceu neste lugar.- Disse-lhe Emma, enquanto o deixava no carro, estava pensando se voltava para buscar Mr Magoo ou não. - Mas não tudo que aconteceu com ele, principalmente antes deste lugar. - Avisou-lhe a loira, pois fosse o que fosse que houvesse acontecido ali... O que acontecerá antes? O que acontecerá no orfanato que levou o velho profeta até aquele lugar.

Observou, com alguma atenção o Taxista, não tinha certeza se o sujeito era um desperto ou não: duvidava um pouco, para falar a verdade, mas parecia um sujeito gentil.

Porém sua atenção retornou-se à Coruja, quando ela retornou, era uma sensação de alivio e culpa: achava que não deveria ter pedido para Vaýu voar daquela maneira num lugar desconhecido, mas sentia-se grata por vê-lo de volta, e bem. Seus olhos ficaram estáticos e fixos nos olhos amarelos do animal, a ponto de parecer ignorar as palavras de Oliver e a chegada de West.

E o silêncio se estendeu por um momento, e ela piscou, enquanto o taxista se afastava, a pergunta de West ficou no ar por um momento. - Obrigada, Vaýu. - Ela disse, enquanto pegava o animal e colocava dentro do carro, onde achava que fosse melhor para ele, no momento.

- Não a deixei se aproximar muito, não sabemos o que há por lá e tão pouco o que aconteceu por lá. - Explicou Emma. - Mas Vaýu disse que é um lugar ruim e que não devemos ir para lá.
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Mensagem por The Oracle Qui Mar 09, 2017 3:36 pm

Continua aqui.
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